terça-feira, 9 de setembro de 2008

Nominato José de Souza Lima

Fazendo algumas releituras de textos sobre a História Regional a fim de encontrar dados sobre Leopoldina que tenham me escapado em leituras anteriores – quando meu objetivo de análise era outro, deparei-me com o nome de Nominato José de Souza Lima, que, ao que parece, foi uma figura influente politicamente em Leopoldina e na Zona da Mata.

Ele seria neto de Euzebia Joaquina de São José, origem do nome do município Dona Euzébia. O avô teria sido Domingos de Souza Lima. Em Leopoldina temos uma Euzebia Joaquina de São José falecida a 4 de outubro de 1890. Foi mãe de Henriqueta de Oliveira, nascida em Dona Euzébia no ano de 1879. É provável que tenha sido mãe, também, de Antonio Gomes de Oliveira, pai de Nominato José de Souza Lima.[2]

Está sendo difícil encontrar informações sobre sua trajetória pessoal e política. Muitas das informações sobre este político não possuem comprovação documental, estando presentes apenas em literatura. Pude verificar, através de informações repassadas pela pesquisadora Nilza Cantoni, que Nominato era advogado. Tomou posse como vereador em Leopoldina em 1865, no dia sete de janeiro, havendo registros de sua atuação no cargo até dezembro de 1868. Em 1872 foi 3º Juiz de Paz de Leopoldina, presidente da Mesa da Assembléia Paroquial. Em 1897 era Secretário do Interventor em Questão de Limites Minas-Rio.


Segundo o Alistamento Eleitoral, mudou-se de Leopoldina por volta de 1900. Segundo o antigo site da Prefeitura de Muriaé, nesta época foi nomeado Juiz Municipal naquela cidade (informação ainda não comprovada). Consta também que chegou a ir à Europa em 1887 como representante do Império para contratar imigrantes e foi Fiscal do Distrito de Imigração sediado em Leopoldina na década de 1890.


Como deputado provincial e representante de Leopoldina, pertenceu à 19ª Legislatura, entre os anos de 1872-1873, tendo defendido os interesses da C.E.F. Leopoldina , da qual era detentor do direito de concessão e um dos mais importantes acionistas, juntamente como Antônio Santa Cecília e Cesário Alvim. Ao que parece a C.E.F Leopoldina teve um papel importante em sua vida pois em seu obituário citou o seu serviço à companhia como a sua maior contribuição para o desenvolvimento de Minas.


Antônio Santa Cecília, também foi representante de Leopoldina na Assembléia em 1882. Segundo a pesquisadora Nilza Cantoni, o fazendeiro foi 1º tabelião em Leopoldina, no ano de 1875, de acordo com o Almanaque da Província de Minas Gerais, (Ouro Preto: s.n., 1864-1875), 1875 fls 450. Teve três filhos batizados em Leopoldina:. Maria (1870), Antonio (1880) e Luiza Amelia Delfim Gama (1881). A mãe destas crianças foi Maria Sofia da Conceição.


José Cesário de Faria Alvim Filho, apenas para ilustrar, esclarecer, foi um dos políticos mais ativos de Minas. Fazendeiro, advogado, jornalista, político, durante o Império fez parte do Partido Liberal, tendo mais tarde se tornado Republicano. Em 1884, foi nomeado presidente da província do Rio de Janeiro, deputado para a 20ª legislatura (1886-1889), a última do Império. Participante do processo que culminou na Proclamação da República e foi nomeado por Deodoro da Fonseca governador provisório do estado de Minas Gerais, tendo governado de 25 de novembro de 1889 a 10 de fevereiro de 1890. Durante várias legislaturas foi deputado e senador.

Pelas relações políticas que possuía e pelos cargos que ocupou chega a ser estranho não encontrar mais informações sobre este personagem da nossa história. Na Assembléia Legislativa de Minas há apenas o período da sua legislatura. Estou em busca de dados e documentação que possa, quem sabe, fornecer mais dados sobre Nominato e, consequentemente, sobre a Leopoldina do tempo do Império.

1 - O povoadao que deu origem à cidade começou a se formar a partir de 1920. Uma fazendeira da região chamada de Euzébia de Souza Lima doou terras para a cosntrução da estação ferroviária e da Igreja de Nossa Senhara das Dores. Informação disponível emhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Dona_Eus%C3%A9bia, acesso em 09/09/2008.
2 - Informação fornecida por Nilza Cantoni, oriunda de fontes orais.
3 -
BLASENHEIN, Peter. Uma história regional: a Zona da Mata mineira (1870-1906). In.: Seminário de Estudos Mineiros: a República Velha em Minas. Belo Horizonte: UFMG/PROED 1982, p. 73-90; e As ferrovias de Minas no século XIX. In.: Locus: Revista de História. Núcleo de História Regional/UDUFJF, v. 2, n. 2, p.98
4 - Estou particularmente interessada neste personagem, uma vez que minha família, por parte paterna, tem sobre nome Delfim.

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