terça-feira, 29 de abril de 2008

Uma viagem no tempo - Leopoldina: povoamento, café e atualidades

Uma viagem no tempo - Leopoldina: povoamento, café e atualidades é nome do livro que eu e a prof. Ms. Lucilene Nunes da Silva escrevemos, no finalzinho do ano de 2007, para ser utilizado no 4º ano (antiga 3ª série) do ensino fundamental. O livro vem a atender as exigências da Lei 3.657/2005, que dispõe sobre a inserção da disciplina “História do Município” na grade curricular das escolas públicas municipais.

Nele fazemos uma introdução à História de Leopoldina, começando com a ocupação original do território, por povos indígenas e esticando até a década de 1930, com a crise do café. O livro é uma iniciativa da Prefeitura Municipal de Leopoldina, que irá oferecê-lo aos alunos a partir do próximo ano. Ainda não há uma data certa para o lançamento.

Para compor o livro nós contamos com a ajuda do jovem desenhista leopoldinense Igor Bastos, que criou três personagens inéditos para o livro: João Feijão, Feijó e Princesa Leopoldina. O livro, além de ilustrações histórias em quadrinhos e atividades, conta também com fotos antigas da cidade e com capítulos a parte que falam sobre a nossa cultura popular e nossos símbolos (bandeira, escudo, hino).

A linguagem é bem simples e o texto está leve. A revisão do texto foi feita pela professora Ana Cristina Fajardo. Os professores do 4º ano irão receber instruções de como usar o livro e terão liberdade para criar novas atividades a partir dele.

Todo o trabalho foi voluntário e, dado ao limite de tempo e ausências de mais fontes pedimos desculpas antecipadamente pelo limite das informações disponibilizadas. No entanto, pretendemos futuramente – se criadas as devidas condições para um trabalho de pesquisa mais completo - estender este trabalho para os alunos de outras séries, podendo cobrir todo o período de 154 anos de história do município.

Algumas pessoas devem se perguntar porque eu demoramos tanto para dar a notícia. Achamos melhor aguardar uma posição oficial da Secretaria de Educação da publicação do material . A confirmação veio através de uma matéria publicada pelo Jornal Equipe, em sua última edição. Espero poder dar mais notícias, em breve.

domingo, 27 de abril de 2008

Leopoldina, 154 anos

Hoje Leopoldina faz 154 anos. São 154 anos de uma cidade/município dos quais se sabe muito pouco, infelizmente. Somos fruto de um longo processo histórico, feito de trabalho, sacrifício, de momentos bons e ruins, mas pouco se sabe sobre estes momentos. Resgatar um pouco da memória e da história da nossa cidade é um dever quase cívico, que não deve ser lembrado a cada aniversário e esquecido no resto do ano.

Nestes 154 anos da cidade irei escrever algumas linhas sobre aquela a quem devemos nosso nome: a Princesa Leopoldina. Um das coisas que mais confunde os Leopoldinenses é a o próprio nome da cidade. Afinal, a que Leopoldina estamos homenageando?

Eu mesma já cheguei a fazer confusão. A cidade de Leopoldina e o município devem o nome à segunda filha de D. Pedro II, Dona Leopoldina Teresa Francisca Carolina Miguela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bragança e Bourbon. Nascida em 13 de julho de 1847 na cidade do Rio de janeiro passou parte da vida em Petrópolis com a irmã mais velha, Isabel. Recebeu uma educação refinada e erudita, tendo tipo vários preceptores, como era do gosto de D. Pedro II, homem culto e amante das ciências. Abaixo, um trecho em que o próprio Imperador relata a rotina de suas filhas:

“Assisto às lições de Sapucaí, de inglês e de alemão, dadas às minhas filhas. Nas segundas-feiras lerei a elas Barros, das 7h30 às 8 da noite; terças, Lusíadas, das 10h 30 às 11 da manhã; das 3 às 4, dar-lhes-ei lições de matemática, e latim das 7h30 às 8 das noite. Domingos e dias santos, leitura de Lucena durante uma hora, e meia hora de leitura do Jardim das Raízes Gregas, à noite.”1

Dona Leopoldina casou-se 1864, com Príncipe Luís Augusto Maria Eudes de Saxe-Coburgo-Gota, Duque de Saxe (ou na Saxônia). Ela viria a falecer bem jovem, aos 23 anos, de tifo. Morreu em Viena e seu corpo foi sepultado em Coburgo, Alemanha.

Tendo morrido jovem esta princesa se tornou uma personagem pouco conhecida da história do Brasil. Ao contrário da irmã mais velha e herdeira do trono , Isabel, Leopoldina deixou o Brasil ainda moça para viver em outro país e pouco se sabe sobre ela. Nem mesmo seu corpo foi enterrado no Brasil. As poucas fotos que conseguimos, mostram a Princesa, o marido, os pais e a irmã.

Leopoldina (a cidade) tem o dever de manter viva a memória desta personagem, a quem lhe deve o nome. No entanto, não temos tido sucesso em manter viva a nossa própria memória. Tal como a princesa, Leopoldina tem sido apenas uma figurante dentro do Estado de Minas Gerais. Mas podemos ser muito mais. Como? Através do esforço conjunto entre sociedade civil e municipalidade, em torno de um projeto maior de construção da nossa identidade histórica e cultural; do estímulo ao trabalho e ao trabalhador.

Crescer juntos e colher juntos os frutos do nosso esforço, como fizeram os pioneiros que aqui chegaram no início do século XIX, como fizeram nossos antepassados, que transformaram esta cidade em um exemplo para toda a região: a Atenas da Zona da Mata. O passado não volta, mas podemos nos mirar nele para construir uma cidade melhor para as novas gerações.

Fontes:
http://www.portugalnoticias.com/arquivo.php?m=4&ano=2007
http://pt.wikipedia.org/wiki/Leopoldina_de_Bragan%C3%A7a_e_Bourbon

sábado, 26 de abril de 2008

Do Império à República: o carnaval visto por meio dos quadrinhos (1869 – 1910)

Saiu um artigo meu sobre história e quadrinhos na Revista História, Imagem e Narrativa, edição 06. O título do artigo é Do Império à República: o carnaval visto por meio dos quadrinhos (1869 – 1910). Para dar uma conferida no meu trabalho e na revista, que tem excelentes artigos de outros autores, é só clicar aqui.

Segue, abaixo, o editorial da revista.


Um diálogo com o passado através das mídias contemporâneas
por Carlos Hollanda

Mesmo no mundo acadêmico, onde projetamos expectativas acerca da abertura ao conhecimento e a visões críticas sobre os diversos preconceitos em sociedade, podemos, vez por outra, ouvir a indagação: "para quê estudar Antigüidade ou Idade Média? O Brasil não teve Idade Média...". Soa estranho ouvir tal pronunciamento vindo dos lábios de alguns professores cujos trabalhos e histórico nos inspira admiração e respeito. De fato, o problema não se restringe a esses campos do conhecimento. O preconceito parece ser uma característica inerentemente humana, uma via de mão dupla que ora é perpetrada ora é sofrida pelos mesmos agentes. Em certos casos as resistências de certos pesquisadores a determinados temas ocultam visões estereotipadas e a recusa em admitir a possibilidade de não dominarem esse ou aquele assunto. Embora estejamos falando de pessoas com um altíssimo grau de instrução, com produção científica considerável, não raro nos deparamos com os referidos preconceitos, alicerçados por justificativas de quase impecável racionalidade para rejeitar um ou outro ponto de vista. Não há como estabelecer uma medida entre o "melhor" ou o "pior" preconceito, mas impressiona o fato de que justamente cientistas das áreas de humanas, tão empenhados em analisar criticamente as facetas do comportamento, podem vir a desenvolvê-lo de maneira ainda mais rígida do que a das pessoas que não têm tanta formação.

Um passo fundamental na trajetória do estudioso das ciências humanas é o de relativizar os próprios conhecimentos e convicções oriundos do saber no qual cada um é especialista. É procurar não ser escravo do especialismo. É não acreditar-se num patamar superior e intocável, cujas verdades são inquestionáveis e sempre capazes de decifrar o outro, não possuidor de sua "luz" científica ou, ao menos, não possuidor dos mesmos conhecimentos enunciados exatamente da mesma forma. Toda essa reflexão suscita o desejo de reler os escritos de Paul Veyne e de José Carlos Rodrigues, a propósito.

Nossa presente edição transita entre a Antigüidade e a Contemporaneidade, fazendo uma breve passagem na educação medieval e nas crenças e conhecimentos populares da modernidade. Aqui temos a impressão de que aqueles que vêm produzindo conhecimento nos últimos anos estão relativizando com mais ênfase seus próprios enfoques. Não se pode pensar em mundo contemporâneo sem pensar e compreender cada vez mais apuradamente as heranças da Antigüidade, da Idade Média, da Idade Moderna. É preciso conversar com elas como se fossem pessoas que estamos constantemente passando a conhecer e reconhecer.

Aquilo que as mídias atuais veiculam, seja no cinema, na TV, no rádio, nas publicações impressas (quadrinhos, livros, jornais) e na Internet, nos têm trazido com muita freqüência um olhar histórico ou pretensamente histórico. Mais do que uma simples preocupação em engordar contas bancárias de cineastas e outros produtores midiáticos, esse fenômeno responde a uma necessidade sociocultural de nosso tempo de dialogar com aquilo que fomos e, por conseqüência, o que nos tornamos. De nada adianta julgar uma obra literária (roteiros em geral, livros e demais narrativas) em busca de nela encontrar uma precisão absoluta em termos históricos. Toda obra é filha de seu tempo e lugar e a eles se curva. Mais vale, então, entender o que traz à visão de hoje aquilo que tentamos desenterrar do passado, ainda que eivado de elementos que nos são familiares porque atuais e não da época de que falam.

A cada volume de conhecimento adquirido as supracitadas heranças vão ganhando contornos mais interessantes e maior profundidade. Tudo isso é extremamente útil, pois conhecer aquilo que é anterior a nós é como conhecer um outro. Conhecer o outro, com todas as suas contradições, é conhecer a nós mesmos e isso não é pouca coisa num mundo cada vez mais complexo como este em que vivemos.

Carlos Hollanda
Mestre em História Comparada (PPGHC-UFRJ)
Prof. Subst. do Departamento de Teoria e História da Arte (BAH) - UFRJ

Prof. Subst. do Departamento de Análise e Representação da Forma (BAF) - UFRJ
26/04/2008

sábado, 12 de abril de 2008

VIII Seminário Internacional Fazendo Gênero

O Seminário Internacional Fazendo Gênero: Corpo, Violência e Poder irá ser realizado entre os dias 25 e 28 de agosto de 2008 , na Universidade Federal de Santa Catarina, em Florianópolis. Ele é a seqüência ao projeto de encontros bianuais que se realizam tradicionalmente na UFSC há mais de uma década e que teve sua gênese em 1994, no Fazendo Gênero — Seminário de Estudos sobre a Mulher, ligado às áreas de Literatura. Com feição interdisciplinar e envolvendo, a partir daí, vários Centros, Departamentos, Programas de Pós-graduação, Núcleos de Pesquisa da UFSC e de outras universidades regionais e nacionais, ganhou dimensão internacional em 2000 e vem se consolidando como importante evento na área de estudos de gênero, tanto na academia quanto em relação a outras organizações e movimentos feministas.

A retomada dos temas corpo, violência e poder, que não são novos nos estudos feministas e de gênero, deve-se à especificidade das conjunturas nacional e internacional acerca das lutas a favor da descriminalização do aborto (no Brasil, no Uruguai, na Argentina, em Portugal); à politização do tema da violência conjugal, no caso do Brasil propiciada pela Lei Maria da Penha; aos processos de reconhecimento judicial de parcerias homossexuais; ao acirramento ou maior visibilidade da homofobia; aos dilemas éticos envolvidos nas decisões médicas e judiciais relacionadas às novas tecnologias de reprodução; aos paradoxos das atuais diásporas internacionais envolvendo as questões de gênero; e à feminização da pobreza, entre tantos outros aspectos que estas questões têm suscitado na atualidade.

Ainda que o Seminário tenha estas temáticas norteadoras, a estrutura de Simpósios Temáticos permite que outros temas tenham seu espaço garantido, como ocorreu nos encontros anteriores.

Para saber como participar e ter mais informações é só ir ao site oficial clicando aqui.

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Piacatuba: um pedacinho do município de Leopoldina

Piacatuba é um pequeno distrito de Leopoldina que de alguns anos para cá tem se tornado uma atração turística local, seja pelos seus restaurantes, pela sua beleza rústica, pela natureza encantadora ou pela história preservada através de suas casas e ruas. Eu vou pouco a Piacatuba, mas a cada vez que tenho oportunidade de visitar o distrito fico mais encantada com sua beleza simples e com o valor que seu povo dá a sua história. Uma das histórias locais mais contadas e recontadas é a da lenda da Cruz Queimada, que envolve, entre outras coisas uma disputa de terras entre fazendeiros, na segunda metade do século XIX. Sobre a história da Cruz queirmada, clique aqui, outras informações sobre Piacatuba e sua história é só clicar aqui

sábado, 5 de abril de 2008

Dicas para dinamizar as aulas de história

Este ano eu descobri uma publicação mensal que tem me ajudado a ter muitas idéias boas para minhas aulas de história. Trata-se do Guia Prático para professores do Ensino Fundamental. Eu comprei a edição de março e abril e encomendei a de fevereiro. A indicação veio de um colega de São Paulo, por conta de uma oficina de quadrinhos que tinha saído na edição de março.

Para quem não sabe, eu tenho um projeto que gira em torno de uma gibiteca, que eu criei na escola onde trabalho (quem quiser saber mais é só clicar aqui). A oficina é ótima, mas o melhor foi descobrir que a revista oferece sugestões de atividades que eu posso usar nas aulas de historia. Não sou exatamente uma pessoa muito chegada a trabalhos manuais, por falta de habilidade mesmo.

A revista traz dicas fáceis, moldes em tamanho natural, sugestões excelentes de se trabalhar os mais diversos temas. Ela é realmente prática, como diz seu nome. Este mês irei experimentar uma das dicas que ela dá que é a produção de uma múmia de brinquedo. Vou usar a atividade para motivar meus alunos da quinta série (sexto ano) que devem, já esta semana, começar a estudar as civilizações antigas.

Na revista e Abril, que eu comprei hoje, vem atividades como fazer uma caravela (a atividade foi tirada do site Recorte Cole e lá há também um modelo para construir o 14 Bis), um jornal sobre o descobrimento, além de outras sugestões de trabalho para outros conteúdos que podem ser adaptadas para a História. Não costumo fazer propaganda, mas acho um pecado deixar de passar esta dica, ainda mais porque sempre queremos melhorar nossas aulas, e nem sempre temos idéias. É tudo muito lúdico e muito criativo, vale a pena conferir. Para ir no site da editora é só clicar aqui