quarta-feira, 28 de maio de 2008

DEZ MIL ACESSOS!!!

Estou comemorando mais de 10 mil acessos neste blog, que não é tão visitado nem tem tantas postagens como o blog da Gibiteca, onde eu estou sempre atualizando, afinal, é um projeto que está ativo e que não pode parar. Aqui é mais um lugar onde eu coloco meus textos, minhas idéias sobre ensino, minhas pequenas pesquisas sobre história, que me fazem lembrar que ser professor não é apenas se esconder atrás de um livro didático e de pilhas de provas. Este espaço é o meu xodó, meu cantinho onde eu entro quando quero e não faço apenas porque tenho que fazer, mas porque gosto de fazer. Não é um compromisso, é um lazer.

Bom para comemorar, vou colar aqui o selinho que a minha colega blogueira, Daise, me ofereceu outro dia, e gostaria de oferecê-lo às amigas Valéria, Claudia Conte, Fátima Franco, Marli e Jenny!

sábado, 17 de maio de 2008

Seminário Nacional de Ensino de História: Memória e Historiografia

O Departamento de História da Universidade Federal Fluminense, a través do Núcleo de Culturas Políticas e usos do Passado irá oferecer aos interessados o Semináro Nacional de Ensino de História, Memória e Historiografia que será realizado entre os dias 02 e 04 de junho de 2008, no auditório do ICHF, Campus do Gragoatá, bloco O, 2º andar.

O seminário irá discutir temas como o ensino da história da África, biografias, identidade e história política. Os debates contarão com a presença de Alessandra Martinez de Schueler (UERJ), Márcia de Almeida Gonçalves (PUC-RJ/UERJ) e Paulo Knauss (UFF), entre outros historiadores de renome.

O evento está sob a coordenação geral do professor Daniel Aarão Reis e as inscrições serão realizadas até o dia 20 de maio. Para participar é necessário preencher a ficha de inscrição e enviar em anexo para o e-mail: pronexculturaspoliticas@gmail.com

Para ter acesso à programação completa, é só clicar aqui

quarta-feira, 7 de maio de 2008

Comemorações do Aniversário de Leopoldina

O aniversário da cidade foi no dia 27 de Abril, mas no dia 30, véspera do feriado, a cidade parou para uma série de eventos, em comemoração aos 154 anos da cidade. Em meio a barracas com artesanato, atendimento médico e brincadeiras para as crianças, tivemos um desfile com várias escolas da cidade. Vejam algumas fotos de alunos e professores da escola onde eu trabalho a E. M. Judith Lintz Guedes Machado.


sábado, 3 de maio de 2008

José Monteiro Ribeiro Junqueira: a tradição política de Leopoldina

José Monteiro Ribeiro Junqueira foi um dos maiores lideres políticos da Zona da Mata, na primeira metade do século XX. Deputado e Senador, ele foi figura influente, também, no cenário nacional. Vejam, abaixo, sua breve bibliografia e seu currículo político.[1]

- Nascimento: 27/8/1871
-
Natural de: Santa Isabel (Leopoldina) - MG
- Filiação: José Ribeiro Junqueira e Antonia Augusta Lobato M. Junqueira

-
Falecimento: 14/5/1946

Histórico Acadêmico

- Primário: Professor Inácio
- Secundário: Colégio Abílio
-
Direito: Faculdade de Direito de São Paulo

Cargos Públicos
- Promotor Público em Leopoldina
- Secretário de Viação e Obras Públicas do Governo Olegário Maciel

Profissões: Magistrado; banqueiro; empresário; advogado; agropecuarista

Mandatos
- Presidente do Conselho Distrital - 1895 a 1895
- Deputado Estadual - 1895 a 1897
- Deputado Estadual - 1898 a 1900
- Deputado Federal - 1903 a 1905
- Deputado Federal - 1906 a 1908
- Deputado Federal - 1909 a 1911
- Deputado Federal - 1912 a 1914
- Deputado Federal - 1915 a 1917
- Deputado Federal - 1918 a 1920
- Deputado Federal - 1921 a 1923
- Deputado Federal - 1924 a 1926
- Deputado Federal - 1927 a 1929
- Deputado Federal - 1930 a 1930
- Constituinte - 1933 a 1934
- Senador - 1935 a 1937

José Monteiro Ribeiro Junqueira foi figura presente em vários momentos da vida política e econômica de Minas e do Brasil. Participo, entre outras coisas das reuniões do Convênio de Taubaté (1906), como podemos conferir no documento abaixo.

“Aos vinte e seis dias do mês de fevereiro de mil novecentos e seis, reunidos, no Paço Municipal, os Vereadores Dr. Bento Enéas, José Cyrillo Lobato, Alfredo Cândido, Moreira de Mattos e Lobato de Moura, sob a presidência do Sr. Dr. Rebouças de Carvalho, o Senhor Presidente abriu a sessão e disse que era ela convocada extraordinariamente para a recepção dos Presidentes de São Paulo, Minas e Rio, e respectivos Secretários, Delegados desses Estados e Delegados da lavoura e representantes de outros Municípios vindos a esta cidade, para a assinatura do convênio sobre a valorização do café. Em seguida, por proposta de todos os vereadores ficou resolvido que se cedesse a sala de sessões da Câmara para assinatura do respectivo convênio. Para constar lavrei a presente ata que vai assinada por todos os Vereadores, Presidentes dos Estados, Secretários, Delegados e pessoas presentes.

Assinam:

José Rebouças de Carvalho

Bento Enéas de Souza e Castro

José Cyrillo Lobato

Lobato de Moura

Alfredo Cândido Vieira

Francisco Moreira de Mattos

Jorge Tibiriçá

Francisco Salles

Nilo Peçanha

Albuquerque Lins

...Egídio de...

José Monteiro Ribeiro Junqueira

João Augusto Rodrigues Caldas

A. Cândido

José de Barros Franco Junior

Augusto Ramos

Dr. Francisco Marcondes Romeiro

Cônego Valois de Castro, deputado

José Benedito M. de Mattos

Annibal Machado – do São Paulo

J. Braga Penna – Correio Paulistano

Licínio Machado

José Antonio de Barros

Continentino Guimarães – Delegado de Estatística

Affonso Moreira da Silva – Delegado de Polícia, e outros.” [2]

Não podemos deixar de acrescentar , a tudo isto o fato de que, ao lado de Bias Fortes, Antônio Carlos Venceslau Brás, José Monteiro Ribeiro Junqueira, Gustavo Capanema e Virgílio de Melo Franco, organizou e ajudou a fundar o Partido Progressista (PP) de Minas Gerais, 1933.

José Monteiro Ribeiro Junqueira – O grande líder político de Leopoldina

Em 1997 eu apresentei à Universidade Federal de Juiz de Fora minha monografia de conclusão do curso de especialização em História do Brasil, onde eu analisava a formação das elites políticas em Leopoldina, através do Ginásio Leopoldinense.

Durante dois anos, pesquisei dados não apenas deste estabelecimento de ensino mas, principalmente, de seu fundador, José Monteiro Ribeiro Junqueira. Não me considero uma grande conhecedora da vida e da obra deste leopoldinense, mas a partir dos dados recolhidos e de leituras complementares pude chegar a algumas conclusões a seu respeito e reconstruir uma parte da história de Leopoldina, entre os anos de 1896 – 1930.

“Para mais de treis decadas chefia o dr. Ribeiro Junqueira a política do município, e, dia a dia, vem ele conquistando para o seu nome uma aureola cada vez mais brilhante. A sua ascensão não foi rápida. Elle ganhou o terreno palmo a palmo, em pelejas memoriáveis”[3]

Político característico de seu tempo, acumulando as funções de empresário, banqueiro e proprietário, José Monteiro Ribeiro Junqueira assumiu o lugar de guia e o fez com apoio de coronéis locais. Os Monteiro Ribeiro Junqueira, que desde a fundação de Leopoldina em 1854 eram tidos como o clã mais importante[4], institucionalizaram seu poder em 1907, quando Ribeiro Junqueira ganhou as eleições para Agente Executivo Municipal, criando e ao mesmo tempo preenchendo o vácuo político em Leopoldina, fruto da própria necessidade de renovação política que vivia o Estado. Até aquele ano, a disputa política em Leopoldina era acirrada entre os Ribeiro Junqueira e os Dutra, que por décadas controlaram os votos e a política em Leopoldina. Com a adesão ao PRM e o apoio de Francisco Sales, Ribeiro Junqueira criou condições para assumir o poder local e, a partir de então impor-se como líder.

Para tanto foi preciso criar todo um ambiente favorável, construindo-se uma imagem política que seduzisse os leopoldinenses - não que nas eleições isso fosse necessário, visto que, como sabemos, elas eram fraudulentas e comandadas pelos coronéis -, a fim de atrair simpatias. Alguns instrumentos importantes merecem destaque: 1) A Gazeta de Leopoldina, órgão de impressa que circulava diariamente pelo município, dirigido pelos Junqueira e usado como forte arma para cooptação de lavradores e comerciantes; 2) A Cia. Força e Luz Cataguases/Leopoldina, um investimento notável, promessa de progresso, teve um grande impacto entre a população urbana, formada principalmente pelas camadas médias; 3) A Cooperativa dos Produtores de Leite de Leopoldina, sob controle dos Ribeiro Junqueira praticamente durante quase toda a primeira metade do século XX; 4) A Santa Casa de Misericórdia, onde Dr. Custódio Monteiro Ribeiro Junqueira foi diretor durante muitos anos; 5) O Ginásio Leopoldinense, cuja construção e fundação extrapolou as perspectivas dos leopoldinenses com relação ao ensino particular.

Ribeiro Junqueira foi aclamado como guia, considerado para o leopoldinense como o maior dos beneméritos, cuja imagem foi habilmente construída através do apelo ao regionalismo. Exaltava as potencialidades da terra, de sua gente e prometia um futuro de glórias, à imagem da Idade do Ouro há pouco perdida - mas cuja esperança de retorno figurava nos discursos da época.

Seu poder tem por fundamento a força do grupo que ele mobiliza por sua aptidão para simbolizar em uma conduta exemplar e/ou em um discurso sistemático diversos interesses.[5] Sobre esse pilar, Ribeiro Junqueira teve a oportunidade de criar toda uma ideologia que possibilitou manter seu poder durante muitas décadas. O Ginásio, fundado em 1906, acabaria por se tornar um verdadeiro símbolo onde se depositavam as esperanças das oligarquias e das camadas médias locais como relação ao futuro da cidade.

Minas Gerais era uma força política de grandes proporções no cenário nacional - tendo sua hegemonia sustentada na ação dos coronéis junto às comunidades, garantindo a manipulação das eleições e fortalecendo o Estado, desfrutando assim de considerável estabilidade política, que só viria a ser quebrada em 1929[6].

As lideranças da Zona da Mata buscavam soluções para os problemas econômicos que a região, a exemplo do Estado, estavam passando. Dentro desse espírito foram realizados fóruns e debates. Leopoldina, sob liderança de Ribeiro Junqueira foi em 1907 sede do 3o Congresso das Municipalidades da Zona da Mata, que teve em sua pauta dois temas polêmicos: a defesa da lavoura e a autonomia dos municípios. Participaram do Congresso figuras eminentes como: Francisco Bernadino, João Pinheiro, Francisco Salles, Wenceslau Braz, Bueno Brandão, entre outros.[7]

As Origens Familiares

Os Monteiros Ribeiro Junqueira são descendentes dos Monteiro de Barros, grupo importante da nobreza e da política do império. Recorro a Marcelo Martins da Costa Araújo para cunhar mais informações sobre os Monteiro de Barros:

“Dão duas gerações de barões e viscondes, além de um sem número de senadores e deputados, aparecendo na alta direção administrativa antes mesmo da Independência. Seus descendentes se formam entre as famílias políticas de São Paulo, ligam-se aos Guinle, aos Silveira e aos Amoroso Lima, do alto capitalismo carioca, assim como também se entrelaçam com a nobreza européia, sendo Monteiro de Barros a célebre condessa de Barral, cuja correspondência com Pedro II foi agora há pouco publicada. O comendador Manuel José Monteiro de Barros, irmão do 1º Visconde de Congonhas do Campo, transferiu-se, em princípios do século passado, com todos os seus filhos, genros e alguns sobrinhos, para vastas sermarias que adquirira no arraial do Feijão Cru, tornando-se um dos primeiros povoadores do atual município de Leopoldina, cuja chefia política jamais deixou de ser de sua família. Ligam-se os Monteiro de Barros, na Zona da Mata, aos Junqueira, aos Rezende, aos Vidal Barbosa Lage, aos Manso Ribeiro, aos Leite de Magalhães Pinto. No Império, a chefia política de Leopoldina e a representação na Assembléia Provincial, na Câmara Geral e no Senado, pertencem sempre aos Monteiro de Barros. O primeiro deputado republicano de Minas é de Leopoldina: chamou-se Monteiro Manso. Na 1ª República, na chefia local, temos o deputado e senador José Monteiro Ribeiro Junqueira, juntamente com o seu parente senador Francisco Andrade Junqueira Botelho e o seu irmão Custódio Monteiro Junqueira. Desde 1932, a liderança política passou ás mãos do atual deputado Carlos Coimbra da Luz, descendente de família de grandes tradições políticas no Sul de Minas, e genro de Custódio Junqueira

No centro de Minas, os descendentes de dois Monteiro de Barros, o 2º Visconde de Congonhas, Lucas Antônio Monteiro de Castro e do Barão de Paraopeba, Romualdo José Monteiro de Barros ( membro da 2ª Junta Governativa e presidente da Província ), continuaram, também até os nossos dias na cena política. São os Monteiro de Castro da atualidade, os Monteiro Machado, um dos quais, Cristiano Machado ( José Monteiro de Castro, secretário da presidência Café Filho ), foi um dos chefes da Revolução de 30 em Minas e candidato à presidência da República no pleito de 1950.

Casados na família Monteiro de Barros encontramos muitos outros políticos de evidência no Estado, entre os quais Augusto de Lima, poeta, governador e deputado na Velha República, o deputado Francisco Campos Valadares, o antigo presidente da Corte Suprema, Edmundo Lins.” [8]



[1] http://www.senado.gov.br/sf/SENADORES/senadores_biografia.asp?codparl=1962&li=37&lcab=1934-1937&lf=37
[2]
http://www.camarataubate.sp.gov.br/noticias/noticia308.htm
[3]
O RECREIO, Recreio, 01 de dezembro de 1929, n. 15, p. 01
[4]
Sobre a formação de Leopoldina e outras cidades da Mata ver CARRARA, Ângelo Alves. A Zona da Mata: diversidade econômica e continuismo, Dissertação de Mestrado. 1993.
[5]
Bourdieu refere-se ao profeta no campo religioso, mas como uma arquétipo mítico, pode ser aplicado no nosso estudo de caso a nível comparativo. BOURDIEU, Pierre. Op. cit., 1992, p. LVI.
[6]
Sobre as elites políticas mineiras na Primeira República ver: VISCARDI, Cláudia Ribeiro. Elites políticas em Minas Gerais na Primeira República. 1995
[7]
Jornal do Commercio, Juiz de Fora, 15 de out., de 1907, p. 01, n. 3436
[8]
ARAÚJO, Marcelo Martins da Costa. Disponível em http://br.geocities.com/novaeramg/monteirodebarros.htm

sexta-feira, 2 de maio de 2008

Escravos em Leopoldina

Hoje eu, Lucilene e Igor fomos à rádio dar uma entrevista sobre o livro Uma viagem no tempo - Leopoldina: povoamento, café e atualidades. Mais tarde, recebi um e-mail do jornalista Luis Otávio Meneghite dizendo que muitas pessoas gostaram de alguns comentários que nós fizemos sobre a escravidão em Leopoldina. Por esta razão vamos disponibilizar alguns trechos do capítulo que trata do assunto, embora, é bom lembrar, que o livro aborda muitos outros aspectos da nossa história em todos eles, sem exceção, são importantes para se conhecer um pouco mais sobre a nossa herança. É importante lembrar, também, que o que estamos oferecendo é uma parte pequenina das grandes possibilidades de pesquisa que Leopoldina oferece. Espero que gostem.

"Leopoldina teve muitos escravos, que trabalhavam nas lavouras de café. Em 1872, a população do nosso município era de 41.886 habitantes, dos quais 15.253 eram escravos e 26.633 livres. Os municípios que possuíam mais escravos eram Juiz de Fora e Leopoldina. Em 1883, Leopoldina já era a segunda cidade com maior número de escravos de Minas Gerais, com 16.001.

Em 1876 nossa cidade possuía 15.253 escravos, passando para 16.001 em 1883. O aumento do número de escravos mostra o tamanho da riqueza produzida pelo café no município, pois o escravo era uma mão-de-obra muito cara. Por essa razão, os nossos senhores de escravos lutaram contra a sua libertação.

Quando não trabalhavam direito, podiam ser castigados de forma cruel, com chicotadas e surras. Muitos de nossos fazendeiros lutaram contra o fim da escravidão, através de nossos representantes políticos na Corte.

Mas nem todos os donos de escravos eram cruéis e nem todos os leopoldinenses defendiam a escravidão. A historiadora Nilza Cantoni nos conta que em Leopoldina havia pessoas que eram contra a escravidão. Um desses casos foi o do José Jeronymo de Mesquita, o Barão do Bonfim, proprietário da Fazenda do Paraíso que, em 15 de abril de 1888, alforriou 182 escravos e os levou para a cidade onde assistiram juntos a uma missa, como homens livres.

Segundo sua biografia, o Barão do Bonfim teria recebido a fazenda Paraíso como presente de casamento de seu avô. A fazenda de café possuía 300 escravos, que eram bem tratados e cujos filhos, inclusive, recebiam aulas. Ele chegou a construir uma sala de música para os escravos aprenderem a tocar instrumentos musicais.

Um dos grandes abolicionistas brasileiros, que morou e trabalhou em Leopoldina, foi o Dr. Antônio Augusto de Lima (1859-1934), jornalista, poeta, magistrado, jurista, professor e político. Nasceu em Congonhas de Sabará (hoje Nova Lima), MG. Foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, em 5 de fevereiro de 1903. Foi nomeado promotor do Termo de Leopoldina, e, em 1885, era juiz municipal. Chegou a ser governador de Minas Gerais, em 1895 (na época título de governador correspondia a “presidente do Estado”)."

quinta-feira, 1 de maio de 2008

História de Piacatuba em cordel

Esta semana eu recebi da professora Andréa, de português, um livrinho feito por alunos da Escola Estadual Pompílio Guimarães, do distrito de Piacatuba, que conta, em forma de verso, a história da cidade. O livrinho foi escrito ilustrado e impresso pelos alunos da escola. É simples, criativo e instrutivo. Os ilustrações são simples, mas em perfeita harmonia com o texto, todo em versos como na literatura de cordel. A literatura de cordel é um tipo de poesia popular, assim chamada pela forma como são vendidos os folhetos, dependurados em barbantes (cordão), nas feiras, mercados, praças e bancas de jornal. O povo se refere à literatura de cordel apenas como folheto.

São escritos em forma rimada e alguns poemas são ilustrados com xilogravuras. As estrofes mais comuns são as de dez, oito ou seis versos. A tradição dessas publicações populares, geralmente em versos, vem da Europa. No século XVIII, já era comum entre os portugueses a expressão literatura de cego, por causa da lei promulgada por Dom João V, em 1789, permitindo à Irmandade dos Homens Cegos de Lisboa negociar com esse tipo de publicação.

Seguem alguns versos do livrinho:

No ano de 1823,
Dois fazendeiras e escravos
Vieram para este lado de cá
Para tomar posse
Desta terra que aqui está.

Tudo isso era só mato,
Com animal feroz, tiveram que lutar.
Dizem que até assombração
Eles tiveram que enfrentar.

Mas os homens eram valentes,
Nada eles temiam não.
Tinham tanta ambição,
Que começou a confusão.

Muito briga nesta terra
Pela qual demarcação.
Houve mortem muita dor
E muito sangue neste chão.

Só que um dos fazendeiros,
Já cansado de lutar,
Doou esta terra tão linda
Para este arraial formar.

Tudo isso vos falo.
É a mais pura verdade.
Sabe para quem doou as terras?
Para Nossa Senhora da Piedade.

Eis uma exceletente idéia que pode servir para professores que trabalham no ensino fundamental e mesmo no ensino médio. Uma forma lúdica de contar a história, ensinar e aprender História. A professora, Maria José Furtado e os alunos estão de parabéns.

Para conhecer mais sobre a literatura de cordel vá no site da Academia Brasileira de Literatura de Cordel ou visite o site Teatro de Cordel.