quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Reflexão de final de ano


Caros amigos, colegas educadores e pesquisadores,

Com essa reflexão gostaria de desejar a todos um feliz 2010, onde possamos continuar errando e aprendendo. Onde possamos fazer novas descobertas sobre o outro e sobre nós mesmos.Que o ano de 2010 seja um ano fértil para que possamos cultivar o amor, a esperança e plantar a semente da paz, pois só desta forma iremos trilhar um caminho de realizações.

Educar é errar e aprender com os erros. Acredito que o ofício de professor nos ensina essa lição: todos nós temos falhas e todos nós cometemos erros, apesar das boas intenções que muitas vezes movem as nossas atitudes. Então, o professor é um aprendiz em constante processo de aperfeiçoamento profissional e pessoal.

Não há como separar as duas coisas, como algumas pessoas acreditam. O professor é um ser humano que vive conflitos diários no ambiente de trabalho e no ambiente privado. Erramos muito mais do que acertamos, uma vez que somos “gente”. Mas o erro ajuda a mostrar os caminhos que não devemos tomar. Não somos detentores da verdade absoluta dos fatos. Umas vezes esquecemos a grafia correta de uma palavra, outra vezes respondemos alunos e colegas de forma rude. Estes são os sintomas da nossa humanidade.


A perfeição é uma meta almejada, mas nunca alcançada. Temos que ser capazes de aprender com os obstáculos, com nossos erros e buscar seguir em frente na nossa vida e no nosso trabalho de cabeça erguida, mas deixando de lado a arrogância. Sim, somos arrogantes, mesmo quando achamos que não, principalmente quando não queremos sê-lo.

Para o professor como para qualquer outro profissional é difícil dizer: eu errei. No entanto, é mais difícil viver escondendo os erros ou fingindo que eles não existem.


Certa vez, nos primeiros anos da minha profissão, por não entender um aluno, entender suas limitações e dificuldades, eu o decepcionei. Não podia desfazer o que havia feito, mas podia admitir meu erro e procurar não repeti-lo. Continuei errando, claro, mas procurando sempre aprender com meus erros.


Durante a vida nós decepcionamos muitas pessoas, mas nossos alunos são aqueles que mais sofrem quando o professor não entende suas necessidades, quando deixa suas incertezas ou mesmo o excesso de confiança em si mesmo influenciarem suas ações diárias.


É muito difícil. Nunca vamos entender todos, nunca vamos agradar todos, mas devemos aprender que educar é demonstrar carinho, compaixão, ser firme nas horas certas, mas não ter medo de admitir que erros podem acontecer e devemos estar preparados para enfrentá-los, por mais sofríveis que sejam.


A humildade de admitir que podemos errar e que devemos buscar a redenção dos nossos erros através de ações construtivas faz o professor crescer. Esta “formação” deve ser tão trabalhada quanto a formação intelectual do docente.


Educar então é errar, aprender com erros, tentar entender o próximo e evitar parâmetros de comparação, pois todos somos pessoas com capacidades e incapacidades, temos que aprender que na escola ou na vida somos chamados a trabalhar para a nossa felicidade e a felicidade daqueles com quem compartilhamos nosso tempo, sejam 365 ou 200 dias por ano.


Feliz Ano Novo!


quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Discurso, poder e subjetivação: Uma discussão foucaultiana


Se fôssemos eleger o termo que melhor sintetiza as noções de história, sujeito, discurso e poder dentro de uma perspectiva foucaultiana , seguramente este termo seria Dispersão. O pensamento de que estes conceitos não são mais "o lugar do repouso, da certeza, da reconciliação, do sono tranquilizador " , e sim categorias constituídas eminentemente por lutas e batalhas discursivas é a espinha dorsal da obra de Michel Foucault. Neste livro, tomamos a produção do francês a partir da História da sexualidade para perceber como, de forma descontínua, a história do Ocidente produziu discursos que têm servido de âncora para a criação de diferentes subjetividades baseadas na sexualidade. Dentre tais subjetividades, aquelas circunscritas longe dos padrões heteronormativos serão aqui nosso objeto.
Este livro é uma parte da minha dissertação de mestrado defendida no Programa de Pós- Graduação em Linguística – PROLING – da Universidade Federal da Paraíba. A ideia da pesquisa se torna concreta dentro das articulações da Linguística com outras áreas do saber e da linguagem com a história. Para tanto, tomou-se o discurso – enquanto instrumento que sustenta práticas - como objeto mediador entre a sistematicidade e as representações sociais da linguagem. Foucault, especialmente em A arqueologia do saber (2008), teorizando sobre a linguagem e o discurso vinculou este último aos processos históricos exteriores à língua. Enquanto conjunto de enunciados, o discurso, neste sentido, não repousaria numa aparente clarividência dos sentidos; estaria além de um jogo de signos linguísticos. Esta direção de pensamento sobre o discurso e a linguagem orientou toda a pesquisa.
A partir desta perspectiva, o objeto de estudo da pesquisa foram os modos de subjetivação discursivisados em perfis de homoafetivos, que se denominam ursos , filiados a sites de relacionamento dirigidos a este grupo. Atentando para o significado e a relevância desse material para os estudos da linguagem, ao mesmo foi dado um enfoque sócio-histórico de cunho qualitativo, a fim de se privilegiar a compreensão e a interpretação do objeto. Por tratar-se de um objeto (no caso, o discurso dos ursos) inscrito em condições sócio-históricas específicas, viu-se a necessidade de focalizá-lo teoricamente considerando a relação entre a linguagem e a história. (...) J.J. Domingos

Discurso, poder e subjetivação: uma discussão foucaultiana
J. J. Domingos
Série Veredas nº 11, 2009. 100p. 13x19cm. R$14,00.

Fonte: Marca de Fantasia
Obs: Gosto desta editora. Ela abre espaço para autores iniciantes e tem preços muito bons.

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Curso de Especialização em História Militar


Até dia 18 de janeiro, a UnisulVirtual recebe inscrições para seus cursos de graduação. São 23 opções e as aulas iniciam em abril.

Já o período de inscrições para seus cursos e programas de pós-graduação podem ser feitas até dia 21 de março. Os cursos são os de Gestão Integrada da Segurança Pública, Gerência de Projetos de TI e História Militar. Mais oito são oferecidos em dois programas, o de Gestão Empresarial e de Gestão Pública, que têm uma base comum e depois o inscrito escolhe entre 8 opções de cursos: Gestão de Finanças, Gestão de Logística, Gestão de Marketing, Gestão de Negócios Internacionais e Gestão de Empresas ( no programa de Gestão Empresarial), mais Contabilidade Pública, Gestão de Finanças Públicas e Gestão Governamental e Responsabilidade Fiscal (no programa de Gestão Pública).

Mais informações: http://www.unisul.br/unisulvirtual/processos-seletivos.html

domingo, 20 de dezembro de 2009

Torneio histórico - Matéria sobre a Olimpíada Nacional de História do Brasil

Chegou ao fim a I Olimpíada Nacional de História, que contou com a participação de milhares de estudantes. Já há planos para outra edição em 2010.

Adriano Belisário

Cinco fases, quatro meses de competição, 16 mil inscritos, 300 finalistas e 36 equipes vencedoras. São apenas alguns dos números de um torneio que já nasceu histórico. Reunindo centenas estudantes e professores na cidade de Campinas (SP), a I Olimpíada Nacional de História teve sua grande final e a premiação dos ganhadores nos dias 12 e 13 de dezembro.

A primeira olimpíada científica do país na área de ciências humanas causou grande mobilização entre os estudantes e mostra que outras iniciativas como esta podem dar certo. “Eles ficavam no laboratório de informática tentando responder às perguntas e, ao final do dia, eu ia para sanar algumas dúvidas. O envolvimento era tão grande que algumas vezes saímos 20h ou 21h da escola”, conta Eder Mendes, professor da equipe ‘Identidade e Diferença’ da escola SESI-SENAI (Goiás), que foi uma das vencedoras da competição. O sucesso do evento foi tamanho que a organização já prepara outra edição para o ano que vem.

Por se tratar de uma iniciativa pioneira, a produção da Olimpíada teve que fazer tudo a partir do zero. Segundo Cristina Meneguello, historiadora da Universidade Estadual de Campinas e uma das organizadoras do torneio, a divulgação científica na área de ciências humanas está apenas engatinhando no Brasil. “Basta ver as revistas científicas de grande circulação, que reservam para esses eventos um espaço mínimo, geralmente “decorativo”, de “curiosidades”, critica.

Porém, a falta de precedentes também pode ter permitido uma maior liberdade na elaboração da Olimpíada. Nas fases com questões de múltipla escolha, por exemplo, a organização optou por uma estratégia incomum: colocar mais de uma alternativa correta por pergunta. “Assim, nos libertamos do “certo ou errado”, que funciona tão mal para o conhecimento histórico e contemplamos diferentes interpretações aos eventos históricos. O sucesso foi enorme e os professores reconheceram na hora a qualidade da prova”, explica a historiadora.

Outra ponto de destaque foi a abordagem de temas historiográficos, expandindo para os jovens uma discussão geralmente presa na torre de marfim das Universidades. “Existe a falsa impressão que a historiografia é um tema hermético e que só pode ser trabalhado nos cursos de graduação. Provamos o contrário na Olimpíada. A historiografia não se resume a conhecer diferentes autores e suas interpretações teóricas, o que seria impertinente exigir de um aluno do fundamental ou do ensino médio. A historiografia consiste igualmente em entender o procedimento de indagação que preside qualquer análise de história”, comenta Cristina.

Os métodos foram aprovados pelos professores que orientavam as equipes de estudantes. Segundo Eder Mendes, a disponibilidade dos produtores e a boa organização da Olimpíada também foram cruciais para garantir o êxito do evento. “Conseguimos angariar alunos que não tinham muito interesse, mas depois demonstravam e ficavam super empolgados”, afirma o professor, que vê avanços mesmo após o término da competição. “Foi um ganho muito grande para a disciplina em geral. Eles já estão até me cobrando a participação na Olimpíada do ano que vem”.

Fonte: Revista de História

O Gato de Botas vai à aula


Fábulas infantis desvendam o funcionamento de sociedades medievais e permitem refletir sobre o mundo de hoje.

Fernando Seffner e Ramiro Bicca Jr.

O que a história do gato de botas, famoso personagem dos contos infantis, revela sobre a Europa de fins da Idade Média? A narrativa gira em torno das aventuras do gato que um pobre moleiro deixa de herança para seu filho caçula. Seguindo suas pegadas, acompanhamos as artimanhas para ajudar seu novo dono, descobrimos ofícios realizados por camponeses e espiamos um pouco da vida dos nobres, “ocupados” com banquetes, cavalgadas e caçadas.

Como se vê, não faltam nesse conto infantil referências a elementos das sociedades medievais. Nos últimos anos, as relações entre História e Literatura, exploradas em inúmeros estudos e seminários acadêmicos, vêm oferecendo novas possibilidades de trabalho nas salas de aula. Mais do que pura diversão, fábulas, histórias em quadrinhos e outros textos feitos especialmente para as crianças levam os alunos a conhecer épocas e lugares bem diferentes.

Ao trabalhar com a literatura infantil, os professores se vinculam ao movimento de renovação historiográfica iniciado pela escola francesa dos Anais a partir de 1930. Desde então, as fontes históricas não ficaram mais restritas aos documentos escritos tradicionais, como leis, decretos e relatórios. Pouco a pouco, os pesquisadores foram incorporando registros diversos a seus trabalhos, como pinturas, músicas, diários pessoais, fotografias e romances. Essas fontes deixaram de ser vistas como meras “testemunhas do passado” ou provas do que realmente aconteceu. A preocupação maior passa a ser a de discutir o contexto em que elas foram produzidas.

Tanto a História como a Literatura são formas narrativas de se conhecer o mundo. Por isso, quanto mais cedo essas disciplinas forem apresentadas às crianças, maior será sua intimidade com elementos como enredo, contexto, personagens, ação e trama, facilitando assim a compreensão dos dramas sociais vividos e da nossa capacidade de interferir neles. Esses recursos também desenvolvem habilidades para a leitura, a escrita e a visão histórica das sociedades.

Claro que há uma diferença fundamental entre essas duas áreas: enquanto historiadores se baseiam na noção de veracidade, escritores e literatos mantêm-se no terreno da ficção. Mas não será produtivo encarar as coisas de forma tão rígida, opondo verdade e mentira, acontecido e não acontecido. No momento em que se considera a ficção como algo “que não é verdade”, ela se torna um obstáculo para a compreensão da realidade. Ao contrário, é preciso saber observar o quanto de verdade existe na ficção. Em muitos casos, o que aparenta ser simples recurso literário pode representar um costume da época ou um símbolo essencial para a compreensão de algum acontecimento. O importante é localizar, no texto de ficção, situações e características que incitem discussões sobre o período abordado ou o contexto em que a obra foi escrita.

As fábulas medievais permitem ao aluno se familiarizar com conceitos como cidade, campos, camponeses, castelo, rei, comércio, igreja, impostos, cavaleiros, guerra, guerreiros, povos, ministros, dinastias, casamento, sucessão, etc., que terão utilidade mais adiante, quando ele se defrontar com a disciplina de História.

Por exemplo: tanto em O gato de botas, escrito pelo francês Charles Perrault (1628-1703), quanto em fábulas como “A guardadora de gansos”, recolhida pelos Irmãos Grimm na Alemanha do início do século XIX, e “As roupas novas do Imperador”, do dinamarquês Hans Christian Andersen (1805-1875), os pobres são sempre retratados exercendo algum ofício. Já os mais ricos não têm uma profissão definida, dedicando-se apenas a passeios, festas e caçadas. Ao destacar esses pontos em comum entre os três contos, pode-se discutir a idéia de que, na Idade Média, “os nobres guerreiam, o clero reza e o povo trabalha”.

A figura do ladrão, ou do personagem que engana os outros para subir na vida, é também muito comum nas fábulas medievais. Ele está na contramão de histórias como “A Cigarra e a Formiga”, de La Fontaine (1621-1695), que, embora escrita no século XVII, teria grande disseminação após a Revolução Industrial, pela apologia que faz do trabalho.

Costumes do cotidiano aparecem em todas as narrativas. O que as pessoas comem? Que animais domésticos as rodeiam? Que objetos têm em casa? Que meios de transporte utilizam? Como é o local de moradia? Onde se passam as ações principais e as ações secundárias (no campo, à beira de um rio, no castelo)?

Um elemento sempre presente nas histórias infantis, e de fundamental importância para a compreensão da vida cotidiana, é a estrutura familiar, a rede de relações consangüíneas na qual cada indivíduo está envolvido. A abordagem da rede familiar envolve, por exemplo, o estudo da figura da madrasta, muito freqüente nos contos infantis. Há, porém, outros graus de parentesco interessantes, em geral acompanhados de características específicas: o primeiro filho, a filha mais velha, a filha mais nova, a função da tia, as funções das mulheres e dos homens, o papel das aias e dos agregados e outras figuras. Ao tratar da estrutura das famílias reais, é interessante se deter no estudo dos casamentos. O rei está sempre preocupado em casar filhos e filhas e garantir descendentes. Isso pode ser aproveitado para o estudo da sucessão dinástica e seus efeitos na História. Inclusive a História do Brasil, como no episódio da União Ibérica (1580-1640). A morte do jovem rei Sebastião de Portugal abriu uma crise sucessória, pois ele não tinha descendentes. O rei espanhol Filipe II reivindicou o trono por ser neto do falecido rei Manuel I, e com isso uniu sob o seu poder os reinos de Portugal e Espanha.

Os contos de Andersen e dos Irmãos Grimm referem-se a numerosos problemas políticos derivados de casamentos, ou da falta deles, preocupação com os nascimentos e as heranças, intrigas da corte e questões de valores e preconceitos, como em “A roupa nova do imperador” e “O patinho feio”.

Romances, contos e fábulas – como toda obra de arte – estão repletos de idéias subjetivas, emoções e interpretações dos fatos. Nem por isso devem ser desqualificados por seus supostos “erros históricos”. Mesmo que não sejam documentos históricos tradicionais, ajudam a identificar e compreender elementos culturais, econômicos, sociais e ideológicos de uma época.

Por meio da contação de histórias, do uso de gravuras e da leitura de pequenos textos, o aluno desenvolve o raciocínio e a descrição mais elaborada de cenários históricos. Mais do que simples obras de arte, as peripécias do gato de botas, da guardadora de gansos, da cigarra e da formiga têm muito a contar sobre a Europa moderna e medieval. E até mesmo sobre os dias de hoje.

Fernando Seffner é professor orientador de Estágios Docentes em História na Faculdade de Educação da UFRGS e Ramiro Bicca Jr. é professor de História e Literatura no Centro Universitário Metodista/IPA-RS

Um roteiro de trabalho

O projeto “Hora do Conto/Hora da História” é uma proposta de atividades a partir da relação entre História e Literatura, trabalhando com livros infantis e infanto-juvenis. As obras literárias são abordadas, em geral, a partir de um roteiro que organiza as atividades em cinco grandes eixos, permitindo estabelecer relações entre o ficcional e o histórico:

1) Descrever e analisar situações presentes na narrativa literária escolhida pelo professor que contenham elementos que possam ser relacionados e comparados com acontecimentos reais (revoluções, guerras, conflitos, tratados, casamentos, etc.);

2) Caracterizar os personagens ficcionais presentes na obra, suas trajetórias, profissões ou ocupações, buscando, através da pesquisa, elementos de aproximação com personagens históricos (reis, revolucionários, camponeses, artistas, cientistas, etc.);

3) Identificar e analisar os espaços ficcionais construídos pela narrativa – em geral representados pelo ambiente do castelo, o ambiente da aldeia, o ambiente da floresta, etc. – e procurar relacioná-los com a realidade histórica;

4) Perceber a crítica ideológica embutida na estrutura da história (a moral, os valores da época em que se passa a narrativa), por meio da análise das falas do narrador e dos personagens, buscando relacioná-la com os valores da sociedade moderna;

5) No fim, aprofundar, via debate, uma análise mais ampla da obra escolhida, enriquecida com elementos históricos e literários, tomando o cuidado de não frisar supostos “erros históricos” – ou seja, respeitando o aspecto criativo da obra literária que serve, nessa abordagem, como uma ferramenta para melhor compreensão e/ou interpretação do contexto histórico em diversos aspectos, e não como descrição científica.

Saiba Mais:

ANDERSEN, Hans Christian. Contos de Andersen. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1981.
Centro de Pesquisas Literárias PUCRS. Guia de Leitura para alunos de 1º e 2º Graus. São Paulo: Cortez, 1989.
CHAVES, Flávio Loureiro. História e Literatura. Porto Alegre: Ed. da Universidade/UFRGS, 1988.
KHÉDE, Sonia Salomão. Personagens da Literatura Infanto-Juvenil. São Paulo: Ática, 1986.

Fonte: Revista de História

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Mais comentários sobre a ONHB

Ontem peguei o restante das fotos que tiramos durante a Olimpíada Nacional de História e, inclusive, alguns dados disponibilizados pela organização para poder fazer um balanço geral do evento.

A organização do evento está preparando para disponibilizar a todos os participantes e interessados as avaliações estatísticas dos dados coletados ao longo da Olimpíada desses. O Museu Exploratório pretende fazer um “mapa” do ensino de história no Brasil, por região e em nível nacional.

Mas eu tenho aqui alguns dados, levantados parcialmente depois da análise dos resultados finais.
Quanto à participação de MG tivemos:
- 3 medalhas de ouro (se eu não me engano, uma foi para Juiz de Fora)
- 3 medalhas de prata
- 1 medalha de bronze
- 23 menções honrosas

No que diz respeito às escolas medalhistas, das 75 medalhas distribuídas temos que:
- 10 das 15 medalhas de ouro foram para escolas particulares
- 16 das 25 medalhas de parta foram para escolas particulares
- 17 das 35 medalhas de bronze para escolas particulares

Foram 134 equipes de escolas particulares contra 157 de escolas públicas na final (número aproximado, baseado na nomenclatura das escolas), totalizando 291 equipes finalistas. Algumas escolas mandaram até seis equipes (ou mais) para a competição. Das escolas públicas foram (se eu contei direito), apenas nove escolas municipais enviaram equipes, incluindo a nossa.

O sucesso do evento - que foi a primeira Olimpíada na área de Ciências Humanas aprovada pela CAPES - foi tanto, que já começaram os preparativos da 2ª Olimpíada Nacional em História do Brasil. Isto quer dizer que ano que vem poderemos estar lá de novo, mas vamos ter que ralar muito, porque a concorrência tende a ser ainda maior.

Seguem algumas fotos do último dia:

Menção honrosa


Nossa equipe com a organizadora, professora Cristina Menegello


Nossa equipe com o diretor do Museu Exploratório, Marcelo Firer


Nossa equipe com o Presidente da Assocoação Nacional de História (ANPUH), Durval Muniz de Albuquerque Júnior

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

A premiação da 1ª ONHB

A premiação ocorreu na manhã de domingo, tendo início às 09:00. Foi muito emocionante, tanto a fala dos organizadores e patrocinadores, quanto a empolgação dos estudantes. Para se ter uma idéia, eu me emocionava com cada medalha que era entregue, mesmo sem conhecer as equipes. Fiz torcida para as equipes de MG, claro. Encontrei dois colegas que não via há quase uma década, que foram levar equipes para a disputa. Encontrei com outros colegas, de outros estados com quem mantenho contato regular.

Para todos a experiência estava sendo compensadora. Minhas alunas estavam animadas, mesmo sabendo que a possilidade de medalha era pequena, pois haviam equipes mais bem colocadas do que nós. Mesmo assim, a festa da premiação não foi menos empolgante para nenhum de nós, ainda mais depois das falas dos organizadores, que enalteceram todos os participantes e lembraram que foram 16 mil inscritos e que estar na final entre os 1.164 finalistas, de todo o Brasil (291 equipes), já era motivo de comemoração.

Para conferir a lista de equipes medalhistas, clique aqui!

Todas as equipes receberam uma menção honrosa, assim como as escolas participantes. Só estando lá para ver a felicidade das meninas em receber o documento. Infelizmente, minha máquina teve alguns probleminhas, mas eu vou postar, ainda hoje se possível, fotos da entrega dos prêmios (vou pegar na máquina das meninas, mais tarde). Por enquanto, ficam algumas fotos que eu retirei do site da ONHB, referentes ao credenciamento e à prova.

sábado, 12 de dezembro de 2009

Prova da Olimpíada Nacional de História


Chegamos em Campinas ontem a tarde, fomos fazer um reconhecimento do local da prova e depois levei as meninas para jantar no shoping. Elas adoraram, tanto a UNICAMP, quanto o shoping (tudo novidade). O tempo está instável. Hoje pegamos bastante chuva na volta da prova.

Mas vamos ao que interessa: A Olimpíada!


Chegamos bem cedo, antes das oito da manhã e já entrei na fila do credenciamento para retirada do material. Ganhamos da organização uma bolsa, uma blusa e uma caneta personalizada (cada participante). A prova começou nove e meia e terminou ao meio dia e meia. Consistiu em duas questões (divididas em a,b e c) e uma produção de texto.


As meninas fizeram tudo e ficaram satisfeitas (estavam preocuparas em deixar alguma coisa em branco). Enquanto elas estavam fazendo a prova, os professores assistiram a duas palestras, oferecidas pela organização do evento. Na ocasião, os organizadores - Cristina Menegello e Marcelo Firer -, falaram da proposta da Olimpíada e de como ela chegou ao formato que nos foi oferecido.

As palestras ficaram por conta de José Alves Freitas Neves e Durval Muniz de Albuquerque Júnior, presidente da ANPUH. Eles falaram da importância da Olimpíada e da História na firmação dos jovens. Destaco uma frase do Prof. Durval "A história serve para forma sujeitos".


Foram 16 mil alunos inscritos, de todo o Brasil, dos quais apenas 291 equipes se classificaram para a final. Nossa colocação já melhorou muito, na pior das hipóteses pulamos de 352º lugar para 291º lugar, o que já coloca nossa escola numa posição bem confortável.

Amanhã teremos a entrega dos prêmios e aí entra uma novidade: a premiação será ampla. Ser
ão entregues 15 medalhas de ouro, 25 medalhas de prata e 35 medalhas de bronze. Os demais receberão menções honrosas pela sua participação, que segundo os organizadores, é o objetivo da Olimpíada.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Partindo para a Final da Olimpíada Nacional de História


Caros amigos,

Apesar dos aborrecimentos que temos no dia-a-dia algumas alegrias fazem compensar todo o resto.
No meu caso, a alegria de poder acompanhar minhas alunas na Olimpíada Nacional de História do Brasil.

A à minha alegria se soma à alegria dessas moças, algumas que ficaram décadas longe da escola e agora se sentem parte de algo maior que é a verdadeira educação. Quando digo verdadeira educação falo do estímulo de aprender, da alegria de descobrir e do prazer de estar na escola.

Há alguns especialistas que dizem que a escola não tem que ser prazerosa, e sim funcional. Eu acho que para ser funcional a escola precisa ser prazerosa, senão o ato de estudar se compara a um remédio amargo: você só toma pq é obrigado.
Estamos partindo nessa madrugada para Campinas. Conseguimos patrocínio da Prefeitura Municipal de Leopoldina, que apesar de todas as dificuldade que enfrenta (a exemplo de outros municípios do Brasil que tiveram baixa arrecadação nesse ano de crise), está nos proporcionando uma viagem confortável, pagando nossas despesas e possibilitando nossa presença na final.

Agradeço a todos em nome da minha equipe pela torcida nestes últimos meses. Estamos nos esforçando para fazer o melhor possível e já nos preparando para o ano que vem estar de volta na disputa.

Nosso MUITO OBRIGADA!