quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Posse na Academia Leopoldinense de Letras e Artes (ALLA)


Caros amigos,

Venho convidar a todos para minha posse na Academia Leopoldinense de Artes e Letras, que acontecerá nesta quinta, dia 25 de Fevereiro, às 20 horas, no auditório do CEFET (clique no convite para ampliar). Durante a cerimônia será feita uma homenagem ao já falecido artista plástico Luiz Raphael Domingues Rosa.

Serão empossados, também, Elias Fajardo Fonseca e Paulo Ferreira Garcia.

Na sexta, 26 de Fevereiro, acontecerá a abertura da mostra de Pintura Luiz Raphael (clique em cima do convite para ampliar e obter mais informações).

Sei que a maioria não pode ir, sei que atrasei muito para mandar alguns convites pelo correio, mas gostaria de compartilhar este momento com todos vocês. Obrigada!

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Vídeos sobre Idade Média

Amigos, estou coletando uma série de vídeos sobre Idade Média para disponibilizar no Blog, como reforço extra do conteúdo para alunos do 7º ano. São vídeos curtos, alguns tirados do Youtube, por meio de indicações feitas no Café História, uma rede de social de História que eu estou começando a conhecer e que tem muito material bom.

Selecionei alguns temas que estou trabalhando, tais como feudalismo, Igreja na Idade Média, Peste Negra e Inquisição. Seguem os vídeos, que podem ser assistidos no blog.


Ache outros vídeos como este em Cafe Historia















quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

O CARNAVAL NA IDADE MÉDIA - A FESTA DOS LOUCOS



Amigos,

Reteirei o texto que estava aqui apostado. Ele não era um texto da minha autoria. Como eu citei na postagem original, é uma coletânia de textos que eu reuni e usei em sala de aula. Em momento nenhum afirmei que era meu. Citei as fontes de onde retirei, mas sem rigor, pois não se tratava de uma pesquisa apenas uma atividade escolar. Não foi minha intenção me apropriar indevidamente de conhecimento alheio. Os textos da minha autoria são todos bem citados e referenciados. Mas ficam as fontes que consultei, para quem quiser consultar diretamente os textos.


FONTES:
BORGES, Paulo Alexandre. Da loucura da cruz à festa dos loucos: loucura, saedoria e santidade no cristianismo (2001) Dsiponível em: http://religioes.no.sapo.pt/pborges2.html, acesso em 15/02/2010.

CARNEIRO, Eduardo de Araújo, CARNEIRO, Egina Carli de Araújo Rodrigues.
http://www.duplipensar.net/artigos/2007s1/historia-do-carnaval-de-culto-pagao-festa-popular.html, acesos em 15/02/2010.

PADILHA, Pricila Genara. Carnavalização e Liminaridade: o bufão como ente-liminal. Revista Gambiarra. Disponível em http://www.uff.br/gambiarra/artigos/0002_2009/teatro/Genara/, acesso em 15/02/2010.



Cachoeira do Bambú

Ontem eu fui conhecer a Cachoeira do Bambú, que fica a cerca de 8 km da sede do município de Leopoldina, na estrada (de terra), para o distrito de Providência. Fiz uma postagem sobre a sede do distrito com fotos, em 2008 que pode ser visualizada clicando aqui.

Sobre a cachoeira, posso dizer que tive uma ótima impressão. Não é uma cachoeira muito grande, mas tem uma certa estrutura (estacionamento, bar) e não é muito movimentada. Infelizmente, alguns visitantes ainda não desenvolveram consciência de preservação ecológica, e jogam lixo no local, mas é bem pouco e o proprietário do local (que abre fins de semana e feriado) tem procurado reforçar esta parte.

Em geral, é bem limpinha e tem uma ótima aparência, com pequenos poços, rasos, onde dá pra se banhar sem perigo. Um local ótimo para se fazer um piquenique em família. Renata, minha amiga, fez alguns vídeos com minha máquina. Vou colocar alguns à disposição no youtube. Interessante o oratório que o proprietário fez, no meio da cachoeira, com a imagem d N. S. da Conceição, protetora das águas.

Quem quiser vir a Leopoldina já tem mais uma opção de passeio. Eu mesma, morando aqui a vida inteira estou agora descobrindo os recantos ecológicos que existem aqui. Ano passado, eu fui na cachoeira Poeira d´água, também na época do Carnaval. Quem quiser dar uma espiada na postagem que fiz, na época, clique aqui!

Sobre a região onde fica a cachoeira é bom comentar que lá se localizam algumas das mais belas fazendas da região, algumas da época da escravidão, com casario e instalações ainda preservadas. Não estou ciente das ações da Secretaria de Turismo de Leopoldina, mas já ouvi comentários sobre a possibilidade de se criar um circuito de fazendas e cachoeiras, com foco no distrito de Providência.





segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Blocos de Carnaval: Leopoldina 1926


Continuando meu levantamento sobre Carnaval antigo de Leopoldina, gostaria de destacar algumas notas publicadas na Gazeta de Leopoldina, no ano de 1926, sobre os blocos carnavalescos. Os blocos de Carnaval, até o início do século XX recebiam vários nomes: ranchos, cordões, grupos sociedades e, claro, blocos.

Mas na década de 1920, intelectuais brasileiros, representando os anseios da elite, resolveram organizar as brincadeiras. O Carnaval se consolidava como uma festa nacional, da qual participavam todos os segmentos da sociedade. Era, portanto, necessário "ordená-la", enquanto festa nacional. O Carnaval, em especial o Carnaval Carioca passou a ser visto como um "resumo" da diversidade cultural brasileira.

Começaram ser divididas as diferentes categorias, que iam das sofisticadas sociedades carnavalescas – ou grandes sociedades – até os temidos cordões. Dentro dessa nova organização, os grupos do Carnaval chamado de popular eram classificados como ranchos (organizado), os blocos e cordões (desorganizado).

O bloco se tornava um meio termo e, na década de 1920 começaram a buscar por aceitação social, dando origem às escolas de samba na década de 1930.

Podemos identificar alguns tipos mais comuns de blocos:
  • os blocos de enredo (possuem um samba enredo, uma temática)
  • os blocos de embalo (blocos sem enredo)
  • os blocos de sujo (foliões com fantasias improvisadas, geralmente desorganizado)
  • os blocos das piranhas (homens vestidos de mulher desfilam pelas ruas em grupo, acompanhados ou não do som de instrumentos musicais).

Em Leopoldina existiam blocos diversos. Aqui vamos destacar os blocos de Carnaval formados por moças. O primeiro deles, que desfilou pelas ruas em 1926 foi o Bloco Prazer das Morenas, que era organizado na Rua Tradentes:

" Essa novel sociedade tem progredido bastante e este ano promete se apresentar melhor do que no ano passado.

À sua diretoria é a seguinte:
Presidente: senhorita Alice Gama
Vice-Presidente: senhorita Claudiana Barroso" (1)

Outro bloco formado apenas por mulheres era o Bloco das Cartolinhas, que fez sua estréia naquela ano:

"Um grupo de distintas senhoritas da sociedade leopoldinense está organizando o "Bloco das Cartolinha", prometendo grandes surpresas para os dias de Carnaval.

Esse alegre bloco dará a nota distinta do Carnaval, aparecendo na cidade um dia com seus elementos tarjados de "futuristas", outro de "pierrets" e com algumas outras várias fantasias."(2)

O bloco das Tesourinhas, que estréiava naquele ano, foi um dos que ganhou mais destaque no jornal:

"Está em plena florescência, na Grama, a constituição do bloco das "Tesourinhas". Essa encantadora agremiação, presidida pela graça adorável de um grupo de distintas senhoritas, promete abrilhantar as festas carnavalescas deste ano.

As "Tesourinhas", tendo por tema ridendo castigar mores - pretendem dar a nota chic, folgar e ... tesourar, pela raiz, as tristezas que não empolgarão nunca a jovialidade e a animação."(3)

Notem que os blocos femininos são formados por senhoritas. Não há menção de mulheres casadas. Supostamente, estas estariam impossibilitadas de participar de blocos sem a presença do marido. Acredito que, nestes casos - dependendo do segmento social - as mulheres casadas participassem do corso de automóveis, juntamente com marido e filhos mais jovens. Os blocos eram para moças - senhorias distintas. Estes blocos eram aceitos socialmente e classificados como distintos, chics, por serem formados por moças de família.

No Carnaval, as moças tinham relativa liberdade de poderem se agrupar em blocos, fazer fantasias e desfilarem, embora acredito eu que sempre sobre a vigilância dos pais, que deviam acompanhar todo o processo de organização dos blocos. No jornal, aparecem relatos de blocos, bailes e corsos, mas sempre organizados pela elite local, chic. Não há menção, pelo menos em 1926, de manifestações populares, como se a periferia estivesse afastada do Carnaval. Também naquele ano sobre o Carnaval dos menos favorecidos, de como se divertiam nos dias de folia.

Da mesma forma que aconteceu no Rio de Janeiro, procurava-se passar a imagem do Carnaval como uma festa ordenada, reconhecida pela elite através da presença de seus filhos e filhas, dos bailes chics e reservados, dos corso de automóveis dos quais participavam os que podiam alugar um automóvel e gastar com decoração e fantasias. Ao restante da população ficava o papel de mero observador, pelo menos em tese.
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(1)Gazeta de Leopoldina, Leopoldina, 31/012/1921, p. 03
(2) Idem.
(3) Gazeta de Leopoldina, Leopoldina, 04/02/1926, p. 03


ATENÇÃO: O texto acima pode ser livremente reproduzido, desde que seja citada a fonte e o autor.

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

O CARNAVAL DE LEOPOLDINA (1926)

Adoro pesquisar sobre Carnaval. Já fiz um artigo sobre representações do Carnaval por meio dos quadrinhos que foi publicado na revista História, Imagem e Narrativa (clique aqui), tendo como foco os quadrinhos de Ângelo Agostini e fiz uma nota sobre o Carnaval em Leopoldina no livrinho que ajudei a fazer sobre a história de Leopoldina. Adoro estudar as festas populares. Acho que se aprende muito sobre os hábitos sociais e sobre cultura, de uma forma geral.

Sobre o Carnaval em Leopoldina, encontrei recentemente algumas notas em jornais de época. Em 1926, os preparativos para a festa eram noticiados de forma animada na Gazeta de Leopoldina:

"Ao que ouvimos , a mocidade leopoldinense não deixará passar em branca nuvem os três dias consagrados à folia.

Serão organizados lindos bailes a fantasia para as três noites de folguedos.
o bloco dos Cotubas, que tanto realce deu ao carnaval do ano findo está prometendo a sua festa e promete outro grande sucesso para este ano" ( Gazeta de Leopoldina, 10/01/1926, nº 204, ano XXXI, p. 01).

A tradição do Zé Pereira estava presente na cidade. "Vários foliões da cidade promoveram animados Zé Pereira nas noites de sábado e domingo últimos, anunciando os próximos dias de reinado do Mono" (Gazeta de Leopoldina, 10/01/1926, nº 205, ano XXXI, p. 01).

O Zé Pereira é uma tradição carnavalesca de origem lusitana que se tornou uma das brincadeiras carnavalescas mais comuns no Rio de Janeiro já no século XIX. O termo era usado, na segunda metade do século XIX, para qualquer tipo de bagunça carnavalesca acompanhada de zabumbas e tambores, semelhantes ao que chamaríamos hoje de bloco de sujo.

A brincadeira se consolidou em 1869, com a encenação de uma de uma burleta carnavalesca intitulada O Zé Pereira carnavalesco. O sucesso da apresentação — uma espécie de adaptação livre da peça Les pompiers de Nanterre (Os bombeiros de Nanterre) — deveu-se, principalmente, à versão para o português da música-tema francesa que se transformaria num verdadeiro hino carnavalesco, sendo tocado até hoje:
E viva o Zé Pereira.
Pois a ninguém faz mal
E viva a bebedeira
Nos dias de Carnaval (1)

A partir daí o conceito da brincadeira do Zé Pereira iria adquirir feições tipicamente brasileiras (e cariocas) associando-se à alegria característica das ruas da folia no Rio de Janeiro.

"O zé-pereira cresceu de fama no fim do século XIX, quando o ator Vasques elogiou a barulhada encenando a comédia carnavalesca O Zé-Pereira, na qual propagava os versos que o zabumba cantava anualmente: E viva o Zé-Pereira/Pois que a ninguém faz mal./Viva a pagodeira/dos dias de Carnaval! A peça não passava de uma paródia de Les Pompiers de Nanterre, encenada em 1896. No início do século XX, por volta da segunda década, a percussão do zé-pereira cedeu a vez a outros instrumentos como o pandeiro, o tamborim, o reco-reco, a cuíca, o triângulo e as "frigideiras". (2)

O Carnaval em Leopoldina, ao que parece, recebeu influencia do Carnaval carioca, o que é compreensível, dada a proximidade da cidade com a então capital do Brasil. Sobre os dias de folia, a Gazeta de Leopoldina relata:

"Ante-ontem, à tarde e a noite, a cidade tomou o aspecto dos grandes dias de pleno Carnaval. saíram à rua, acompanhados de bem arranjado conjunto musical, nada menos que dois blocos carnavalescos, espadamando risos e alegria por todos os cantos.

Seguiam-lhes por toda a "urbs" grande massa popular.

O primeiro grupo que tão alegremente pôs à mostra, na cidade o entusiasmo que empolga o elemento folião da terra, foi o cordão - Quem tem orgulho não brinca, composto de meninas trajadas à marinheiro. Acompanhava o bem organizado cordão um "jazz-band" das "arábias", ao som do qual as meninas entoavam canções alusivas ao Carnaval. Pandeiros, chocalhos, guizos, manejados com todo o requebro e trejeitos, formavam a ideia dos caso sério que vai ser este ano a festa de Momo nesta velha Leopoldia que nunca relaxou.

Muitas palmas alcançaram as folias do Quem tem orgulho não brinca, por toda a cidade." (
Gazeta de Leopoldina, 26/01/1926, nº 216, ano XXXI, p. 03)

Desfilaram no Carnaval Leopoldinense daquele ano os seguintes Blocos:
1 - Cotubas
2 - Prazer das Morenas
3 - Quem tem orgulho não brinca
4 - Cartolinhas
5 - Tesourinhas
6 - Maravilhas

O jornal faz uma descrição detalhada da atuação de muitos destes blocos e fala ainda do Corso de automóveis.
O Corso, é um desfile de caminhões e carros abertos, com ou sem decoração conduzindo famílias e grupos de foliões pelo centro da cidade. (3)

"Como nos anos anteriores, vai ser brilhante o corso de automóveis. Nele tomarão parte as mais distintas famílias lepoldinenses.

O Corso de automóveis constitui, sempre, a parte mais chic do Carnaval na cidade. a quantidade de serpentinas e confete consumida durante a passeata é extraordinária" (Gazeta de Leopoldina, 26/01/1926, nº 216, ano XXXI, p. 03)

O Corso, no início do século XX, era um privilégio dos poucos proprietários de carros e um espetáculo para os "populares", que viam desfilar as famílias mais tradicionais. Para moças de "família" era a única oportunidade de aproveitar o Carnaval de rua, pois os pais não permitiam que elas de misturassem com os foliões. Fora isso, só havia a opção dos bailes a fantasia, que aconteciam no Cine-Brasil

Ainda sobre o Corso, havia concurso de automóveis. Como havia poucos em Leopoldina as famílias alugavam automóveis em Tebas e Argirita.

"Em vista de serem poucos automóveis de aluguel existentes na cidade, deverão vir de várias localidades do município, entre as quais Argirita e Tebas, vários outros que serão postos à disposição do público para alugar durante os três dias de Carnaval." (Gazeta de Leopoldina, 06/02/1926, n. 226, ano XXXI, p. 03)

Vou finalizar esta postagem com uma marchinha de Carnaval da época, Zizinha, um sucesso do Carnaval de Leopoldina de 1926:

ZIZINHA
(Marcha da Folia - Música de J. F de Freitas)

Por ser deveras conhecida
Palavra, em ando aborrecida.
Em qualquer lugar
Sou muito perseguida!
O meu tormento não tem fim!
Nunca pensei sofrer assim.
Velhos e mocinhos.
Pedem-me beijinhos.
Dizendo , enfim para mim:

(Estubilho)

Zizinha! Zizinha!
Ó! Vem
Comigo vem,
Minha santinha,
também quero tirar
Uma Casquinha.

II

D'outro dia num bondinho
Um coronel já bem velhinho
Deu-me um beliscão
Pegou0me na mão
Tais coisas fez, enfim,
Que quando olhei admirada
Até parece caçoada
Ainda suspirou
Os olhos revirou
Dizendo assim:

(Estubilho)

Zizinha! Zizinha!
Ó! Vem
Comigo vem,
Minha santinha,
também quero tirar
Uma Casquinha.

(Gazeta de Leopoldina, 05/02/1926, nº 225, ano XXXI)

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(1) Zé Pereira. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Z%C3%A9_Pereira, acesso em 12/02/2010.
(2)
Carnaval: história e atualidade. Disponível em http://www.miniweb.com.br/cidadania/Dicas/carnaval.html, acesso em 12/02/2010.
(3)CARDOSO, Monique. História do Carnaval. Disponível em http://www.areliquia.com.br/Artigos%20Anteriores/57HistCarn.htm, acesso em 12/02/2010

ATENÇÃO: O texto acima pode ser livremente reproduzido, desde que seja citada a fonte e o autor.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

TRABALHANDO MEMÓRIA E HISTÓRIA DE VIDA COM ALUNOS DO 6º ANO

Esta semana eu realizei um trabalho com meus alunos do 6º ano. Depois de fazer uma introdução ao ensino de história, dei a eles uma tarefa para o final de semana: iriam procurar um objeto de família (foto, livro, utensílio ou qualquer outro tipo de objeto) e contar a história dele para a classe.

Para incentivar e orientar a tarefa eu levei para a sala de aula fotos antigas e falei sobre elas. Hoje duas turmas apresentaram o resultado de suas pesquisas: fotos de bisavós, fotos antigas da cidade, moedas raras (inclusive uma moeda de 2000 réis, de prata, datada do ano de 1889, ainda no final do II Reinado), objetos de uso doméstico como uma panela de bronze, uma cafeteira antiga, um telefone de manivela, um livro sobre o centenário de Leopoldina, um fusível utilizado em bases aéreas durante a II Guerra Mundial, discos de vinil e muitas outras coisas.

Cada um escreveu sobre o objeto e contou como fez para descobrí-lo. Um aluno, por exemplo, descobriu na pesquisa que o bisavô era cego e que mesmo cego confeccionava objetos como bengalas com entalhes e canivetes.

Os alunos avaliaram o trabalho como uma forma de conhecer a história de suas famílias e ficaram admirados com a quantidade de informação que receberam de seus pais e avós. Informação que não tinham ainda. Para realizar a tarefa, descobriram pequenos tesouros que escondiam a história de suas famílias.

OBS: Eu tirei fotos dos alunos e seus trabalhos, mas como são mais de 60 crianças, seria injusto colocar as fotos de algumas e deixar as de outra se lado, por isso procurei imagens de alguns dos objetos que foram apresentados para ilustrar a postagem.

domingo, 7 de fevereiro de 2010

COMEMORAÇÕES DO CENTENÁRIO DA COLÔNIA CONSTANÇA

Fundada em 12 de abril de 1910 (ano do nascimento da minha falecida e amada avó, Mariquinha), a Colônia Constança está completando este ano seu centenário. Sua criação foi muito importante para Leopoldina, pois trouxe para o município um número significativo de imigrantes italianos. Estes imigrantes influenciaram nossa sociedade, de tradição escravista e pouco adptada ainda ao trabalho livre, muito menos ao trabalho livre realizado por brancos de origem européia.

A Colônia Constança foi responsável pelo abastecimento de gêneros alimentícios para a cidade, como pode ser visto em uma nota publicada no Pharol, jornal de Juiz de Fora:

"Na colonia ‘Constança’, do município de Leopoldina, foram plantadas este anno 117 alqueires e 35 litros de arroz e 143 alqueires e 37 litros de milho. Segundo calculo feito pelo esforçado director da colonia, sr. Climenio Godinho, a colheita ali será a seguinte: arroz 9360 alqueires, e milho, 858 carros. O tempo tem corrido muito bem para as roças, sendo muito possível que a colheita exceda o calculo. Na ‘Constança’ fizeram este ano tambem grandes sementeiras de fumo."[1]

Os grandes responsáveis pelas comemorações deste ano são os pesquisadores Nilza Cantoni e José Luiz Machado Rodrigues. Estes dois Leopoldinanses, que não moram mais no município já há muitos anos são responsáveis pelo resgate da memória das antigas famílias que faziam parte da Côlonia. Eles são especialistas em imigração italiana em Leopoldina.

Dentro dos limites impostos pela distância, trabalho e compromissos familiares, eles conseguiram mobilizar um grupo de pessoas que toparam participar das comemorações, que começam agora em fevereiro, durante o Carnaval, com um desfile da escola de sambaUnidos do Pirineus.

No dia 20 de fevereiro, todos estão convidados a ouvirem um programa especial na Rádio Jornal, sobre o Centenário da Colônia Costança. No dia 01 de abril será publicado um encarte especial no jornal Leopoldinense.

Finalmente no dia 11 de abril, às 11 horas, será realizada uma missa na capela da Colônia.

Para ampliar ainda mais a participação da comunidade, os pequisadores fazem um convite a todos:

SE VOCÊ É DESCENDENTE OU AMIGO DE IMIGRANTE, ABRACE ESTA IDEIA


Em abril de 2010 a Colônia Agrícola da Constança completará 100 anos de criação. E neste ano a Imigração Italiana em Leopoldina completará 130 anos. São dois acontecimentos que mudaram a face de Leopoldina e não podem ficar esquecidos. Algumas instituições e pessoas já aderiram à ideia e estão organizando comemorações para os dias 10 e 11 de abril de 2010. Convidamos você a fazer o mesmo!

  • Se você gosta de futebol, vôlei, malha ou outro esporte.... programe um campeonato para abril;

  • Se você faz capoeira, natação ou lutas marciais.... pense em apresentações para abril de 2010;

  • Se você é adepto do vôo livre.... sobrevoe a Onça, a Constança e a Boa Sorte, nos dias 10 e 11.

  • Se você curte cavalgada.... reúna os amigos para um passeio até a Igrejinha da Onça, no dia 11;

  • Se você gosta de ciclismo ou motociclismo... combine um passeio até a Igrejinha da Onça;

  • Se você gosta de desfile de carros antigos.... organize um para os dias 10 e 11 de abril;

  • Se você é comerciante.... programe com o fornecedor uma promoção de produtos da culinária italiana para o mês de abril.

  • Se você é dono de bar ou restaurante.... crie algum prato para lembrar a Imigração e a Colônia;

  • Se você é diretor de clube social ou de serviço.... promova algo para os seus associados, muitos deles descendentes de imigrantes italianos;

  • Se você é professora, professor ou diretor de escola.... não perca tempo. Incentive seus alunos a escreverem sobre a Colônia e sobre a imigração italiana.

Mas se você tem sobrenome italiano faça algo ainda mais prazeroso. Promova um encontro da sua família e participe da missa no dia 11 de abril, domingo, às 11 horas, na Igrejinha da Onça.


E lembre-se que esta Igreja, construída com o auxílio dos colonos, foi escolhida por enquete do Jornal Leopoldinense como “O TERCEIRO CARTÃO POSTAL MAIS BONITO DE LEOPOLDINA”.

Vamos abraçar esta idéia e comemorar mais um marco da nossa história. Não podemos deixar passar em branco este momento.

Da minha parte, pretendo motivar pesquisas nas escolas junto aos meus alunos. Gostaria de poder oferecer mais. No entanto, acretido que cada pequena contruibuição pode ser importante para tornar um evento como esse memorável. Participe, também! Ajude a construir mais um pedaço da nossa história.

Visite o site da Colônia Constança, clicando aqui!

(1) O Pharol, Juiz de Fora, 13/01/1916, n. 11, p. 01.