quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Revista Tempo e Argumento


A Revista Tempo e Argumento é uma publicação do Programa de Pós-Graduação em História, da Universidade do Estado de Santa Catarina - UDESC. A revista tem periodicidade semestral, de fluxo contínuo para o recebimento de artigos, resenhas, traduções e documentos inéditos. Apresenta como objetivos estabelecer-se como canal de divulgação de estudos recentes e inovadores na área de concentração do Programa de Pós Graduação: História do Tempo Presente; estimular e desenvolver o intercâmbio entre pesquisadores e profissionais atuantes na área de História e/ou áreas afins; fomentar o intercâmbio de informações e experiências entre instituições nacionais e/ou estrangeiras; fomentar o debate de questões teórico-metodológicas referentes à História; divulgar publicações, comentários, entrevistas e documentos concernentes à pesquisa em História.

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sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

A morte de Augusto dos Anjos nos periódicos, em 1914.


Tendo morrido em 1914, de uma pneumonia, Augusto dos Anjos recebeu homenagens em Leopoldina, Paraíba e Rio de Janeiro, que foram registradas em jornais da época como O Paiz, o Correio da Manhã e o Imparcial, periódicos que circularam no Rio de Janeiro durante muitos anos e que registraram não apenas a presença do poeta naquela cidade, assim como sua obra.

Correio da Manhã, Rio de Janeiro de janeiro, 13 de novembro de 1914, p. 03

O Paiz, Rio de Janeiro, 15 de dezembro de 1914, p. 04

Sobre a morte de Augusto dos Anjos, escreveu o "Imparcial", de 14 de novembro de 1914, p. 02:


"As letras brasileiras perderam ante-ontem um dos poetas novos que mais a dignificavam, pela sua originalidade, pela sua sinceridade e pela sua cultura: Augusto dos Anjos. Espírito votado, todo inteiro ao culto da ideia e da rima, que tratava como objetos da sua religião, Augusto dos Anjos era, talvez, o poeta mais perfeito, mais completo, da sua geração, no Brasil; Inimigo da "reclame", odiando o elogio mutuo tecia em silêncio a trama de seu verso, qual se cumprisse, nesse trabalho, como aranha do pensamento, seu verdadeiro destino na terra. Daí não ter seu nome soprado constantemente nas folhas, entre adjetivos mentirosos e retumbantes; daí não andar de roldão entre as nossas celebridades da Avenida, que tem a imortalidade dos cogumelos; mas daí também ter morrido com a consciência do seu valor e da impericibilidade do seu esforço na vida"

Jornais da região, como o Pharol, de Juiz de Fora, chegaram a publicar poesias de Augusto dos Anjos, anos depois de sua morte.
O Pharol, Juiz de Fora, 01 de maio de 1915, p. 02

O Pharol, Juiz de Fora, 20 de maio de 1915, p. 02
Logo após sua morte vieram as primeiras manifestações de pesar e o reconhecimento do seu valor para a poesia brasileira. Anos mais tarde, não esquecido, encontramos textos extensos que analisam sua poesia, poesia essa que é publicada em revistas e jornais. 

FONTES:

Correio da Manhã, Rio de Janeiro de janeiro, 13 de novembro de 1914, p. 03
O Paiz, Rio de Janeiro, 15 de dezembro de 1914, p. 04
O Pharol, Juiz de Fora, 01 de maio de 1915, p. 02
O Pharol, Juiz de Fora, 20 de maio de 1915, p. 02





A poesia chegou antes do poeta: Augusto dos Anjos

Augusto dos Anjos esteve em Leopoldina por um breve período. Aqui, em Leopoldina,  ele foi nomeado em 1914, Diretor do Grupo Escolar Ribeiro Junqueira, por indicação de José Monteiro Ribeiro Junqueira. Naquele mesmo ano Augusto de Carvalho Rodrigues dos Anjos morre em Leopoldina, devido a uma pneumonia,  no dia 12 de novembro de 1914.

O interessante é que , cinco anos antes de vir para Leopoldina, Augusto dos Anjos já era conhecido aqui, pela sua poesia. No dia 18 de julho de 1909 a Gazeta de Leopoldina, periódico de propriedade de José Monteiro Ribeiro Junqueira publicou uma de suas mais conhecidas poesias, "Versos Íntimos".


Gazeta de Leopoldina, Leopoldina, 18 de julho de 1909. p. 01.


Antes de se fixar em Leopoldina, Augusto mudou-se para o Rio de Janeiro, em 1910. sua chegada chegou a ser noticiada nos jornais, uma vez que, além de advogado, pertencia a uma família influente na Paraíba. No entanto, atua muito mais como professor do que como advogado, o que pode ser comprovado, também, nos periódicos da Capital Federal, como "O Paiz", onde ele colocou anúncios diários oferecendo seus conhecimentos para ministrar aulas particulares em sua casa.


O Paiz, Rio de Janeiro, 06 de janeiro de 1911, p. 08


No jornal, o Imparcial, aparece o anúncio do Colégio Sagrado Coração de Jesus. Nele há um Dr. Augusto dos Anjos, professor. Em 1914 seu nome não aparece mais, o que sugere que Augusto dos Anjos talvez tenha lecionado também naquela escola. conforme pode ser observado no recorte abaixo:


O Imparcial, Rio de Janeiro, 07 de dezembro de 1914, p. 15.
Segundo referências bibliográficas do autor, disponíveis na internet, Augusto foi  nomeado professor de Geografia, no Colégio Pedro II, em 1911. No entanto, a frequência com que os anúncios de aulas particulares aparecem no jornal é um indicador da necessidade do poeta de prover sua casa com um salário além daquele que recebe por suas aulas. O Augusto professor sofre já naquela  época com os baixos salários oferecidos pelo magistério. 

FONTES: 

Augusto dos Anjos - Poeta brasileiro. Disponível em: www.e-biografias.net/augusto_anjos/, acesso em 11/01/2013.


Gazeta de Leopoldina, Leopoldina, 18 de julho de 1909. p. 01.
O Imparcial, Rio de Janeiro, 07 de dezembro de 1914, p. 15.
O Paiz, Rio de Janeiro, 06 de janeiro de 1911, p. 08

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

O pesadelo da educação

O título é radical, eu sei, mas ele tem uma explicação. Esta noite eu sonhei com a escola. Acredito que seja algo relativamente normal sonhar com o trabalho. Mas a lembrança desse sonho me fez meditar sobre uma aflição minha como professora e que não se resumo apenas aos meus alunos mas, também, a outros grupos de profissionais que atuam não apenas na educação mas em diversas áreas. 

Quem nunca ouviu a frase "A escola não me ensinou isso" ou "A universidade não me ensinou ou preparou para aquilo". Pois bem, no meu sonho uma aluna me questionava sobre uma questão de múltipla escolha que peguntava sobre algo que ela não sabia, pois não estava no livro. Na verdade, a questão principal era relacionada à terminologia: a escola não ensino a ela o significado daquele termo.

Existe um equívoco muito comum entre estudantes e profissionais em geral. Eles acreditam que a escola vai lhe oferecer tudo que eles precisam. Isso não é verdade. A escola lhe oferece a habilidade de ler e a competência de entender o que está lendo, entre outras coisas. Ela lhe sugere leituras mas ela não te diz: leia isso que será suficiente.

Então, se eu sou estudante, professor, advogado, engenheiro ou qualquer outro profissional e achar que toda  muita cultura, conhecimento e erudição irá se limitar àquilo que eu li e aprendi na escola, não serei um profissional competente.

A qualidade do nosso trabalho advém muito mais do reconhecimento da necessidade de ampliar nossos horizontes de conhecimento, de buscar por aperfeiçoamento. Não confundam aperfeiçoar com fazer uma pós ou um curso de extensão apenas. O aperfeiçoamento profissional e o crescimento pessoal não vêm daquilo que me mandaram ler ou estudar, mas daquilo que eu achei que seria necessário saber; do meu interesse em conhecer coisas novas; de frequentas ambientes diferentes; de ouvir e valorizar o que o outro tem a me dizer e oferecer.

A escola é um lugar de passagem, o conhecimento mais amplo está no mundo e na vivência. Acho que falta hoje o reconhecimento de que é necessário um esforço diário e constante para o aperfeiçoamento. É muito mais fácil dizer que a "escola não me ensinou".