domingo, 31 de março de 2013

Artigo publicado na Revista labrys, estudos feministas (UnB)

Publiquei meu primeiro artigo do ano (de vários, espero) e o primeiro em como mestranda! A Labrys é uma revista eletrônica, então todos que quiserem podem ler meu texto que, modéstia a parte, está muito bom. Segue o resumo e, depois, o link.


A fragilidade feminina nos quadrinhos de superaventura na década de 1960




Resumo:
Inicialmente, tratados apenas como uma forma de lazer, hoje, as histórias em quadrinhos inspiram uma gama variada de pesquisas em diversas áreas do conhecimento. Um dos gêneros mais populares dos quadrinhos, a superaventura, tem ganhado especial destaque. Todo o discurso e toda a mitologia criada em torno dos super-heróis tornaram os comics uma fonte particularmente rica para os estudos de gênero. Entre os ícones mais cultuados dos quadrinhos está o Superman. No entanto, pouco ou quase nada se fala de sua contraparte feminina, a Supergirl. Nossa proposta, então, é trazer à luz este personagem e analisar o conteúdo de algumas de suas aventuras, publicadas entre 1959 e 1965. A partir da análise deste material, estabelecer relações entre as representações femininas nos quadrinhos da Supergirl e a dominação masculina estabelecida por meio da violência simbólica.

Palavras-chave: Família. Gênero. Quadrinhos. Violência simbólica.


domingo, 10 de março de 2013

Lançamento de livro sobre ensino de história e cultura afro-brassileira


Serão lançados no dia  21 de março às 18:30h, Dia Internacional de Luta contra a discriminação racial., o livro  "O mundo negro: relações raciais e a constituição do movimento negro contemporâneo no Brasil"  de autoria de Amilcar Araujo Pereira, e do livro "Ensino de História e Culturas Afro-Brasileiras e Indígenas", organizado por  Ana Maria Monteiro e Amilcar Araujo Pereira, publicados pela Editora Pallas do Rio de Janeiro



Estes lançamentos  acontecerão na Livraria Cultura, no Centro do Rio.

sexta-feira, 8 de março de 2013

Lado a lado: história e feminismo

Quem costuma fazer esse tipo de postagem é a amiga Valéria Fernandes (imagino que ela vá comentar, se já não comentou sobre a novela), mas eu não tive como resistir. Não sou noveleira e não assisti a novela tanto quanto eu gostaria, pois trabalho a noite. Mas procurei me informar sempre que possível, nos dias que eu não pude assistir.

Lado a Lado foi um presente pra todas as mulheres. Nada mais justo que terminasse no dia Internacional da Mulher. Tanto pelos personagens, quanto pela forma como abordou alguns temas e chamou atenção para passagens da história como a Reforma Urbana do Rio de Janeiro e a Revolta da Chibata a novela mostrou que é possível divertir e ensinar. Quando isso aconteceu antes? Não faço ideia. Eu pude ouvir meus alunos comentarem sobre esses fatos na sala de aula! Quando eu poderia imaginar isso? Chegou a ser um complemento para a aprendizagem deles.

Pois é algumas vezes a televisão ajuda, embora me entristeça o fato de se valorizar muito mais a baixaria das novelas das nove horas do que a qualidade e delicadeza de uma novela como Lado a Lado, que vai deixar saudade e que espero que seja reprisada várias e várias vezes. 

O que não dizer de Izabel e sua busca por emancipação e pelo reconhecimento de sua importância como mulher e profissional? Ela não lembra nossa Chiquinha Gonzaga, que tanto lutou para ter sua arte e talento reconhecidos?

Podemos apontar mais uma dúzia de mulheres fortes e batalhadoras que povoaram o universo da ficção de Lado a Lado e que foram inspiradas em personagens reais. E elas estiveram lá, do início ao fim. Um exemplo de como a novela homenageou essas mulheres reais na ficção foi o caso da personagem Fátima, que ingressou agora, quase no final da trama. Uma médica pesquisadora, certamente uma homenagem a Rita Lobato Velho Lopes, a primeira mulher brasileira a se formar em medicina, no ano de 1887, outra pioneira

A inspiração de Laura é a escritora potiguar Nísia Floresta (1810-1885), considerada a precursora dos ideais feministas no Brasil. Em 15 livros, Nísia defendeu uma educação igualitária entre homens e mulheres, além de ter fundado no Rio um colégio revolucionário para meninas.  A Tia Jurema é inspirada na baiana Tia Ciata (1854-1924), cozinheira e mãe de santo que chegou ao Rio aos 22 anos e montou seu tabuleiro na Rua Sete de Setembro, no Centro. Além de grande quituteira, ela promovia em sua casa festas dançantes, frequentadas por compositores como Donga, João da Baiana e Sinhô.


Eu poderia falar aqui, também, do resgate da cultura afro-brasileira, do racismo e muitos outros assuntos polêmicos, mas fica para outra oportunidade. Hoje é dia da Mulher e, apesar de tanta coisa ruim que tem acontecido com as mulheres, no Brasil e no Mundo, pelo menos hoje eu quero escrever só para nós e sobre nós. 

Enfim, a um belo trabalho de pesquisa, um elenco maravilhoso, uma novela de época para marcar época. Uma pena que o horário das 18h não seja "nobre" e o público um tanto limitado (a gente sabe que muitas pessoas chegam em casa do trabalho depois das 19h e acaba não assistindo novela, isso acaba fazendo o Ibope cair em relação às outras novelas). Lado a Lado já está deixando saudades. Que venho outras novelas, tão boas e tão ricas em detalhes e cultura.

Leia mais sobre a novela nos links abaixo:

Prêmio Sarau Brasil 2013



Prêmio Sarau Brasil 2013
Concurso Nacional Novos Poetas

Inscrições Gratuitas
De 01 de março a 05 de abril de 2013

www.concursonovospoetas.com.br
Apoio Cultural: Revista Universidade
Realização: Vivara Editora Nacional  

Dia internacional da Mulher apresenta Lyudmila Pavlichenko



Lyudmila Mikhailivna Pavlichenko
Nascimento: 12 de julho de 1916 - Bila Tserkva - Ucrânia
Morte: 10 de outubro de 1974 (58 anos) - Moscou
Nacionalidade: ucraniana
Serviço Militar:
Patente: Major

Lyudmila Mikhailivna Pavlichenko (12 de julho de 1916 - 10 de outubro de 1974), foi uma franco-atiradora soviética durante a II Guerra Mundial. A ela foi creditada a morte de 309 soldados alemães, e é até hoje considerada a sniper feminina mais bem sucedida na história.

Nascida em Bila Tserkva, Ucrânia em 12 de julho de 1916. Aos quatorze anos mudou-se para Kiev com sua família. Nesta época, associou-se em um clube de tiro local, vindo a tornar-se uma exímia atiradora. Trabalhou em uma fábrica de armamentos em Kiev, até sua entrada na Universidade em 1937. Como aluna da Universidade de Kiev, defendeu em seu mestrado a vida de Bohdan Khmelnytsky.

Em junho de 1941, aos 24 anos de idade Pavlichenko já estava em seu quarto ano de história na Universidade de Kiev, quando a Alemanha nazista começou a invasão da União Soviética.

Pavlichenko estava entre os primeiros da lista de voluntários para recrutamento. Onde foi selecionada para participar da infantaria e posteriormente, ela foi designada para o 25º Exército Vermelho -Divisão de Infantaria. Pavlichenko tinha então a opção de se tornar uma enfermeira, mas recusou, sua intenção era participar ativamente dos combates. Desta forma se tornou um dos 2.000 atiradores de elite do sexo feminino no Exército Vermelho, dos quais somente cerca de 500, sobreviveria à guerra. Como atiradora furtiva, fez sua primeira vítima nas proximidades de Belyayevka, usando um rifle de ferrolho Mosin-Nagant[2], com luneta. Tipo de rifle comum entre os atiradores russos e que se tornaria famoso nas mão de outro atirador furtivo russo, Vassili Zaitsev.

Pavlichenko lutou por mais ou menos dois meses e meio em Odessa, onde contabilizaria 187 mortes. Quando os alemães tomaram o controle de Odessa, sua unidade foi evacuada através do Mar Negro até o porto de Sevastopol na Península da Crimeia. Em maio de 1942, já então Tenente, foi condecorada por ter matado 257 soldados alemães. Seu número total de mortes durante a Segunda Guerra seria de 309, incluindo 36 snipers e pelo menos 100 oficiais. Normalmente costumava trabalhar com um observador a uns 200-300m à frente de sua unidade, muitas vezes ficando imóvel por 18 horas seguidas. Em junho de 1942, Pavlichenko foi atingida por um morteiro e foi retirada da batalha por quase um mês, até sua recuperação.

Após a recuperação ela foi enviada para o Canadá e para os Estados Unidos, para uma visita pública e se tornou o primeiro cidadão soviético a ser recebido pelo presidente dos Estados Unidos, Franklin Roosevelt, que a recebeu na Casa Branca. Depois, ela foi convidada por Eleanor Roosevelt a fazer um tour pela América relatando suas experiências em combate. Como presente ganhou uma pistola Colt automática, e no Canadá foi presenteada com um rifle Winchester, que atualmente está no Museu das Forças Armadas de Moscou.

Promovida a major, nunca mais voltou ao combate mas se tornou instrutora e treinou vários snipers soviéticos até a guerra terminar. Em 1943, ela recebeu a Estrela de Ouro de Herói da União Soviética, fato que rendeu sua imagem num selo comemorativo. Seu rifle preferido era um Rifle Tokarev SVT-40, semi-automático, conforme foto acima.[3]

Depois da guerra, ela terminou seus estudos na Universidade de Kiev e começou uma carreira como historiadora. De 1945 a 1953, foi assistente de pesquisas do Chefe do Quartel-General da Marinha Soviética.

Em 1976, foi novamente lembrada em outra edição dos selos comemorativos. Sendo depois integrada ao Comitê Soviético de Veteranos da Guerra. Pavlichenko morreu dia 10 de outubro de 1974, aos 58 anos, e foi enterrada no Cemitério Novodevichy em Moscou. Dois anos depois um navio cargueiro ucraniano seria batizado com seu nome.

Publicado no RECANTO DAS LETRAS