domingo, 31 de agosto de 2014

TRINA ROBBINS E A HISTÓRIA DAS MULHERES NOS QUADRINHOS


A cartunista Trina Robbins é uma das mais renomadas artistas gráficas em atividade nos Estados Unidos. Nascida em 1938, ela viveu sua infância e juventude em plena “Era de Ouro dos Quadrinhos”. ´Na década de de 1950 atuava junto à “science fiction fandom”. Foi uma das primeiras mulheres a participar e influenciar o movimento dos quadrinhos underground[1]. Com uma carreira com mais de meio século trabalhou em muitas editoras e suas ilustrações chegaram a ser exibida em uma galeria de arte, em 2011.

Ficou conhecida por sua participação em histórias de personagens famosas como Vampirella (1969), publicada pela Warren Publishing, da qual foi coautora. Trina desenhou sua roupa e deu a ela parte de suas características físicas, como o cabelo, por exemplo. Outra personagem que passou por suas mãos foi a Mulher Maravilha (1986). Dessa personagem destaca sua participação como desenhista em The Legend of Wonder Woman, escrito por Kurt Busiek, série que prestou homenagem às raízes da Era de Ouro do personagem. No final de 1990, Robbins colaborou ainda com Colleen Doran na graphic novel Wonder Woman: The Once and Future Story, sobre o tema da violência conjugal.
Como cartunista e feminista ajudou a promover a venda de quadrinhos feitos por mulheres. Robbins foi um co-fundadora da “Friends of Lulu”, uma organização sem fins lucrativos formada em 1994 para promover a leitura de histórias em quadrinhos de mulheres e da participação das mulheres na indústria dos quadrinhos.

Suas personagens são complexas e ela aborda temas que dizem respeito tanto a mulheres quanto a homens. Sua produção caracteriza-se, também, pelo engajamento social e político.  Trina nunca teve receio de colocar em público suas opiniões. Chegou a criticar abertamente o machismo e a misoginia de cartunistas consagrados, como Robert Crumbe e  Mike Deodato. Em 1993 lançou um livro que pode ser considerado um clássico.

Em sua trajetória profissional, Trina Robbins trafegou por todos os ambientes artísticos, desde jornais feministas clandestinos nos anos de 1970 até editoras de renome, como a DC Comics e a Marvel Comics. A biografia dessa autora é extensa e seu trabalho foi reconhecido com prêmios e menções honrosas que preencheriam várias páginas.

Mas o que queremos aqui é destacar a importância da obra de não-ficção de Trina para a História das Mulheres nos quadrinhos. A cartunista tem se dedicado há mais de três décadas a pesquisar a história das mulheres que produziram quadrinhos nos Estados Unidos. Não apenas um levantamento biográfico mas uma pesquisa ampla que envolve o resgate de produções da “Era de Ouro” já há muito tempo esquecidas.
Este trabalho começou na década de 1980, quando publicou, juntamente com Catherine Yronwode, Women And The Comics (1985).  Na década de 190, publicou A Century of Women Cartoonists (1993), considerada uma obra clássica no gênero. A cartunista acabou se tornando uma das mais conceituadas historiadora dos quadrinhos nos Estados Unidos, especializando-se na participação e na obra de mulheres cartunistas.

A autora tem admiração especial pelas mulheres que produziram quadrinhos durante a Era de Ouro. Entre as cartunistas sobre as pesquisou temos June Tarpé Mills, a quem dedicou dois livros, um publicado em 2011, outro em 2013.
Como historiadora dos quadrinhos, Trina Robbins pode ser classificada como uma pioneira na História das Mulheres nos Estados Unidos. Infelizmente, o acesso à sua produção é limitado, uma vez que nenhuma de suas obras de não-ficção foram ainda traduzidas para o português.

Leia a biografia de Trina Robbins (em inglês), clicando aqui!




[1] É o quadrinho subterrâneo, marginal, clandestino, paralelo . Representa uma forma de resistência ou contestação a um poder mais forte. Eles representaram nos anos de 1960 e 1970 uma forma de contra cultura.

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

ESTAMOS PRECISANDO DE PATROCINADORES!!!


Eu e meus alunos do oitavo ano estamos tentando lançar um livrinho sobre história local e estamos precisando de patrocinadores!

Já temos 1000 reais, precisamos de mais 900 reais. 

O livro é resultado de um trabalho que fizemos usando documentos digitalizados. Nele nós contamos um pouco da História de Leopoldina por meio da análise de pequenas matérias publicadas no jornal O Leopoldinense. 

O livro será distribuído entre os alunos do Colégio Imaculada (Fundamental II e Médio) e nas bibliotecas das escolas da cidade (públicas e privadas). Trata-se de uma publicação sem fins lucrativos.

Se você quiser saber mais sobre o livro, leia a resenha feita pela educadora Claudia Conte, que analisou a obra depois de pronta.


"Na sua obra A formação do espírito científico, Bachelard (1996) – contrariando os professores que imaginam que o espírito científico começa como uma aula, em que a lição é repetida vezes por vezes – afirma que “Toda cultura científica deve começar por uma catarse intelectual e afetiva”, e que nessa tarefa o mais difícil seria   “(...) colocar a cultura científica em estado de mobilização permanente, substituir o saber fechado e estático por um conhecimento aberto e dinâmico, dialetizar todas as variáveis experimentais, oferecer enfim à razão razões para evoluir”. E foi exatamente esta afirmação do autor que acendeu em minha mente quando li este trabalho organizado pela professora Natania. Um trabalho que acredito ter contribuído para a formação do espírito científico de seus alunos, foi dinâmico, foi intelectual, ao mesmo tempo em que foi perceptivelmente afetivo. Considerando o currículo, percebe-se um trabalho interdisciplinar (usou o conhecimento de informática, de gêneros textuais, de modos e costumes); transdisciplinar (extrapolou a disciplina história, abriu para outros conhecimentos) e; pluridisciplinar (estudando o objeto escolhido – as notícias do antigo jornal – sob a ótica da tecnologia, da história, da cultura, das tradições, da Língua Portuguesa, entre outros). Cabe ainda ressaltar a contribuição do livro na identidade dos leopoldinenses, que em uma leitura de fácil entendimento podem se reconhecer valorosamente, reconhecendo sua cultura, sua história nas artes, na economia e na educação. Por fim, a ideia de identificar cada um dos alunos/autores em notas de rodapé, dissertando brevemente a história de vida de cada um, faz deles ao mesmo tempo personagens, merecidamente reconhecidos como “fragmentos da nossa história”.
Claudia Conte dos Anjos Lacerda
Professora e Pedagoga com Especialização em Educação Inclusiva
Mestranda em Gestão e Avaliação da Educação Pública/CAEd/UFJF)

O livro tem 60 páginas, e será o primeiro volume de uma série de pesquisas que serão realizadas até meados de 2015, por alunos do Ensino Fundamental. Eu sou a organizadora mas a autoria é coletiva.

Quem tiver interesse em contribuir, é só entrar em contato pelo e-mail nogueira.natania@gmail.com

Os patrocinadores terão direito a um número de exemplares, ainda não definido.

A GAZETA DE LEOPOLDINA: A HISTÓRIA DO JORNALISMO EM LEOPOLDINA

Diretor, colaboradores, gerente e um dos compositores da Gazeta de Leopoldina. Foto publicada na primeira página da edição do dia 18 de abril de 1909 (Gazeta de Leopoldina. Leopoldina, 18 de abril de 1909, ano XV, n.01, p 01).
A Gazeta de Leopoldina foi fundada em abril de 1895. O jornal era controlado pela família Junqueira, com destaque para José Monteiro Ribeiro Junqueira, que foi seu diretor, e que aparece na foto acima, publicada em 1909, sentado com um chapéu branco em mãos. 

A foto marca mais um aniversário da Gazeta, que fazia questão de dar anualmente à data a maior visibilidade possível e aproveitar a oportunidade para elogiar seu diretor, que na poesia abaixo, publicada na edição n. 01 de 1909, aparece citado como "chefe" e "maioral.  

VIVA!
(COM LICENÇA DO POETA)

Hoje faz annos a Gazeta. E o caso
Por ser, de facto, um caso trumphal, 
Devia exigir festas e dar azo
Para tocar-se o hymno nacional

Porém, infelizmente quiz o acaso
Que da Gazeta o chefe, o maioral
Se ausentasse. E o dia passa raso.
E sem champagne em taças de chrystal.

Agora, supponhamos que ha cerveja.
(mas no fazer de conta ninguem veja
Sombra, siquer remota, d'uma peta.)

Eu ergo o copo ao fim d'este terceto
E faço ardentes votos n'um soneto
Pela prosperidade da Gazeta.

Argos


 Na época, a redação do jornal estava localizada no Largo Felix Martins, n.02.

Leopoldina teve, dentro do município, vários periódicos publicados até o ano de 1899, num total de 21 jornais, segundo a pesquisadora Nilza Cantoni. A Gazeta de Leopoldina ocupa a posição de número 16. O periódico não foi o mais antigo, mas com certeza foi o que mais tempo sobreviveu. Fundado no final do século XIX foi publicado durante todo o século XX. Foram 109 anos. O último exemplar da Gazeta foi o de número 3.115,publicado em abril de 2004.

Apesar de se apresentar como um jornal do povo e para o povo, a Gazeta era um órgão de imprensa ligado aos interesses políticos e econômicos dos Ribeiro Junqueira. Em suas folhas circulavam notícias sobre eleições locais, sobre a produção agropecuário, viagens e compromissos de leopoldinenses ilustres. Um jornal governista, especialmente na primeira metade do século XX, quando os Ribeiro Junqueira ainda mantinham a supremacia polícia na região.  

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

IX Encontro Nacional Perspectivas do Ensino de História e o IV Encontro Internacional do Ensino de História.

Nos dias 18 a 21 de abril do próximo ano (2015) realizaremos na Universidade Federal de Minas Gerais, em Belo Horizonte, o IX Encontro Nacional Perspectivas do Ensino de História e o IV Encontro Internacional do Ensino de História.

O tema central será: Questões Socialmente Vivas e o Ensino de História (QSV).

São controversas e vivas socialmente aquelas questões que problematizam as representações sociais e valores estabelecidos; aquelas que são portadoras de dimensões identitárias e que se expressam por meio de conflitos étnico-religiosos, de raça, de gênero, de relações racistas e xenófobas. São aquelas questões que tomam a memória - presente em lugares, práticas, em bens materiais e simbólicos - como um valor disputado entre grupos sociais, entre etnias, povos e em suas relações com o Estado/Nação. São aquelas questões que envolvem interesses predominantemente econômicos e de dominação geopolítica, representando conflitos históricos particulares, regionais e mundiais. São QSV, portanto, aquelas questões que se apresentam como campo de disputas e de interesses entre o Estado e a sociedade, entre diferentes grupos sociais, em cada presente histórico, ou seja, no presente do passado e no presente do presente de diferentes sociedades, cada vez mais em relações de diferentes escalas. As QSV, em geral, repercutem e se amplificam pelos meios de comunicação televisivos e digitais, atingindo e afetando direta ou indiretamente e em diferentes graus as representações, as ações e sensibilidades dos cidadãos, e, portanto, tocando significativamente atores educativos diversos, em especial professores, crianças, jovens, adultos, famílias, igreja e outros. Pode-se dizer, ainda, que as Questões Socialmente Vivas têm comparecido no que hoje se denomina de História Pública, que é a difusão do conhecimento histórico para amplas audiências/públicos como o cinema, as telenovelas de caráter histórico, os museus, os centros de cultura, a história oral e local difundida por meio de recursos das mídias digitais, a televisão, o rádio, os jornais e as revistas.

A história dos dois encontros

Os dois encontros que serão realizados em Belo Horizonte fazem parte de uma trajetória de debates e de produções sobre o Ensino de História no Brasil construída por professores e historiadores iniciada no final dos anos setenta do século passado.

Em 1988, com a realização do I Seminário Nacional Perspectivas do Ensino de História, promovido pela Faculdade de Educação da USP, essas iniciativas tomam fôlego. No decorrer dos anos consolidou-se o Encontro Nacional dos Pesquisadores do Ensino de História e os GTs do Ensino de História e Educação da ANPUH em dimensões nacional e regional. Todos esses encontros refletiram (e refletem) o movimento de consolidação do campo do ensino e da pesquisa em ensino de História no Brasil que, a partir dos primeiros anos do século XXI ampliou suas relações de trabalho e produção com colegas e grupos de outros países.

Ao longo de sua trajetória, o Encontro Nacional Perspectivas do Ensino de História abordou temáticas variadas, sintonizadas com os desafios que vivem os professores de História em diversos níveis de ensino, sobretudo, nas escolas públicas da Educação Básica. Desafios que tanto expressam como tensões ou diálogos com as políticas educacionais e curriculares dos últimos 30 anos, mas também com as condições do trabalho docente; com os movimentos sociais em prol do reconhecimento e afirmação de outras culturas e o combate ao racismo; com as mudanças culturais aceleradas pelos novos meios de comunicação e com a universalização e democratização da educação formal, que trouxeram para a escola crianças, jovens e adultos que até então estavam dela excluídos.

Saiba como participar, clicando aqui!

terça-feira, 26 de agosto de 2014

SLIDES PARA O 8º ANO: A EUROPA NO SÉCULO XIX

Atenção: o slide é um complemento, ele não substitui a matéria nem deve ser estudado como um resumo. Assim como há informações nele que não estão no livro, também há informações do livro que não estão presentes no slide.

domingo, 24 de agosto de 2014

SAIU A PROGRAMAÇÃO FINAL DO II FÓRUM NACIONAL DE PESQUISADORES EM ARTE SEQUENCIAL

O Fórum Nacional de Pesquisadores em Arte Sequencial será realizado entre os dias 10 e 12 de setembro, nas Faculdades EST, em São Leopoldo (RS). Além de palestras e mesas-redondas serão apresentadas 44 comunicações com resultados de pesquisas na área.

Esta semana a organização liberou a programação definitiva, em formato pdf, que pode ser acessada clicando aqui. Na grade de programação é só clicar em "comunicações" para acessar as tabelas das comunicações.

O FNPAS é uma iniciativa da Associação de Pesquisadores em Arte Sequencial (ASPAS), fundada no ano de 2012, na cidade de Leopoldina (MG), onde se localiza sua sede física. Ela  entende a arte sequencial como uma produção artístico-cultural que envolve uma narrativa, própria da cultura contemporânea. 


Assim sendo, produções audiovisuais, cinematográficas, televisivas e literárias, bem como seus derivados (mitologias e miscelâneas diversas), tornam-se objeto de interesse de pesquisa em seu sentido lato, isto é, dentro do espectro da chamada “cultura pop” ou “cultura de massas” tais como charges, cartuns, caricaturas e outras formas de expressão gráfica que venham a se originar ou mantenham uma relação proximal com as histórias em quadrinhos (cinema, desenhos animados, fotonovelas, etc).

A ênfase reside, entretanto, nas histórias em quadrinhos como objeto primeiro da ASPAS, dada a trajetória de seus pesquisadores-mor, a própria história das histórias em quadrinhos e a transposição de suas narrativas para outras mídias, tornando-se, por vezes, um fenômeno transmidiático.

a ASPAS realiza um evento anual com o objetivo de reunir seus associados e de divulgar pesquisas envolvendo a arte sequencial. O encontro de 2015 será realizado na cidade de Leopoldina, sede da associação. 

sábado, 23 de agosto de 2014

O MENINO NO ESPELHO


Hoje tivemos uma sessão de cinema especial na Casa de Leitura Lya Müller Botelho, com o filme o "Menino no Espelho". As filmagens foram feitas em Cataguases (MG) e houve algumas tomadas aqui em Leopoldina (MG). Por essa razão fomos agraciados com uma sessão especial, aberta para 60 pessoas. Não sou de fazer resenhas de filmes, nem sei se isso pode ser considerado uma resenha, mas não resisti.

O filme é baseado no livro de Fernando Sabino, que tem o mesmo título. Nele o autor mistura suas memória de infância com elementos de fantasia. O filme se passa em meados da década de 1930, em pelo governo Vargas e narra as aventuras de Fernando, interpretado pelo ator mirim Lino Facioli (Game of Thrones) e conta ainda com a participação de Matheus Solano, que faz Domingos, o pai de Fernando. A direção de arte ficou a cargo José Roberto Eliezer, que um ótimo trabalho.

Não vou ficar contando a história do filme, até porque isso tira um pouco da graça para quem ainda vai assistir. Vou passar direto para as minhas impressões. Para começar, o filme me despertou um sentimento de nostalgia. Nele aparecem brincadeiras que marcaram a minha infância, quando nós nos divertíamos construindo nossos próprio brinquedos, correndo pelo quintal com nossos animais de estimação, indo com os colegas e primos fazer pescarias na beira do ribeirão. Eu vi aquela alegria que nós tínhamos e que eu não enxergo nas minhas sobrinhas quando elas estão debruçadas sobre celulares e computadores em redes sociais ou com jogos eletrônicos.

Ele me lembrou daqueles filmes que a gente via na sessão da tarde, como crianças levadas, reunidas em clubinhos secretos que ficavam em casas da árvore.

Como filme de época "O Menino no Espelho" me convenceu. A pesquisa histórica foi impecável e a referência às reuniões secretas da Ação Integralista Brasileira (AIB) ajudou a localizar o filme no tempo, pois os Integralistas, ou  camisas-verdes, foram colocados na ilegalidade por Getúlio Vargas em  10 de novembro de 1937. O filme, então, se passa no início do Estado Novo. As referência históricas foram colocadas de uma forma tão leve que chegaram a ser divertidas. 

A sessão foi marcada pela presença de um público eclético: mães e pais com seus filhos pequenos, idosos e adolescentes. Imagino que todos tenham gostado, pela risadas animadas e pelos aplausos assim que o filme acabou. Aliás, eu pretendo rever, assim que estiver disponível em DVD.


terça-feira, 19 de agosto de 2014

O DIA DO HISTORIADOR

Imagem retirada do Facebook
O dia do Historiador foi aprovado pela  Lei nº 12.130, de 17 de dezembro de 2009. A data do dia 19 de agosto foi escolhida como uma forma de homenagear Joaquim Nabuco, um dos mais conhecidos abolicionistas do Brasil. Ele foi, também, político, diplomata, jurista, jornalista, um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras e, claro, Historiador. 

O Historiador é ferramenta fundamental não apenas para a construção da História  mas da própria identidade nacional. As constantes ameaças em se excluir a obrigatoriedade do ensino de História na educação básica e o fechamento de cursos de História, principalmente em faculdades particulares, apontam para um tempo nebuloso tanto para a pesquisa quanto para o ensino de História no Brasil. 

Em termos mais formais, a não valorização da História, seja ela local ou regional, acena para uma tendência conservadora e opressiva dos governos, uma vez que as ciências humanas são de inestimável valor para a formação e um cidadão apto ao exercício de seus deveres e ciente dos seus direitos.


Lei n.12.130 de 17 de dezembro de 2009.
Institui o Dia Nacional do Historiador, a ser celebrado anualmente no dia 19 de agosto.

O VICE–PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no exercício do cargo de PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1o  É instituído o Dia Nacional do Historiador, a ser celebrado anualmente no dia 19 de agosto.
Art. 2o  Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 17 de dezembro de 2009; 188o da Independência e 121o da República.


JOSÉ ALENCAR GOMES DA SILVA
João Luiz Silva Ferreira
(Publicado no Diário Oficial da União em 18 de dezembro de 2009).


Roda de conversa com alunos da Escola Conhecer

Com os alunos da Escola Conhecer
Recebi da coordenação da Escola Conhecer (Leopoldina – MG), o convite para um bate-papo com os alunos. O tema foi "Histórias em Quadrinhos". Eles queriam saber mais sobre a Gibiteca que temos na Escola Municipal Judith Lintz Guedes Machado.

Uma turminha muito animada e articulada. 

Fizeram muitas perguntas, e cheguei a ficar até meio enrolada para responder algumas. Eles se informaram sobre o tema e elaboraram uma série de questões objetivas. Foi uma turma de crianças bem heterogênea, com meninos e meninas de idades variadas e alunos com necessidades especiais. Todos harmoniosamente organizados.

Roda de bate papo com alunos da Escola Conhecer

A escola Conhecer faz um trabalho pedagógico diferenciado, baseado nas ideias e práticas do educador português José Pacheco, que revolucionou o ensino em Portugal, quando ao assumir a direção da Escola da Ponte, uma escola pública que recebia alunos com grandes dificuldades sociais, comportamentais e, claro, de aprendizagem, trocou o método tradicional de ensino por um alternativo. 

Ele acabou com turmas, salas de aula, disciplinas e passou a ensinar conforme a motivação dos alunos. Os estudantes passaram a se organizar para estudar os assuntos que lhes interessam. Aprenderam a ter autonomia, a pesquisar e eram avaliados apenas quando se sentiam preparados para isso.Os alunos se reúnem em assembleia e criam as regras de convivência. Estudam conteúdos necessários, mas estudam principalmente o que querem aprender. 
 
Alunos da Escola da Ponte se preparando para a Assembleia
O professor é um orientador dentro desse processo, que não exclui, que rompe com barreiras de aprendizagem e que ajuda a integrar o aluno à sociedade de forma que ele se torne um cidadão completo e competente naquilo que desejar fazer, na carreira que desejar seguir.

O resultado: uma das melhores experiência de ensino do mundo, uma escola onde todo mundo aprende, uma escola realmente inclusiva.

A coordenação da escola Conhecer abraçou a ideia e criou uma escola diferenciada. Eu já tinha ouvido muito falar da escola e hoje eu pude comprovar como esse trabalho realmente dá resultados pelo contato que tive com os alunos. Sai de lá com a alma lavada e pensando se, um dia, o nosso sistema vai poder usar esse modelo, se vamos ter coragem de romper com o ensino tradicional, que oprime tanto os alunos quanto os professores.

 Sugestão: palestra do professor José Pacheco, na UNISINOS



 
 

domingo, 10 de agosto de 2014

AUGUSTO DOS ANJOS EM QUADRINHOS:ALGUNS COMENTÁRIOS


Recebi esta semana a revista em quadrinhos sobre Augusto dos Anjos, roteirizada por Jairo Cézar, com desenho de Luyse Costa, por intermédio do Amigo Alexandre Moreira. Trata-se da biografia do poeta para crianças mostrando sua trajetória, desde a tenra infância até sua morte em Leopoldina. 

Hoje finalmente eu tive a oportunidade de ler com a paciência e o tempo que uma boa leitura exigem.

Já na apresentação, veio a primeira boa impressão. O autor começa revelando dados estatísticos importantes sobre a leitura e os leitores no Brasil: 48% das crianças entre 5 e 10 anos de idade gostam de ler quadrinhos. E é para essa faixa etária que ele escreve. E isso, claro, não exclui outro grupos de leitores, afinal, boa leitura não tem idade. 

E foi uma ótima leitura, leve fluida e com um toque poético. Os quadrinhos nos mostram um Augusto dos Anjos que poderia ser qualquer um de nós. 

Uma criança sensível, que gostava de ler e de brincar; um jovem estudante responsável que sabia a hora certa de se divertir; o professor dedicado ao magistério. Em todos esses momentos o poeta e a poesia estavam lá. 

A cidade de Leopoldina (MG) tem seu lugar no livro. A cidade que acolheu Augusto, a escola onde ele foi diretor, a casa onde morou e o mosoléu onde seus restos mortais repousam. 


Enfim, o autor traz realmente à cena o poeta da morte cercado de vida. Um Augusto alegre e criativo que nos deixou uma poesia singular. 


Eu recomendaria a cada escola de Leopoldina que tivesse pelo menos um exemplar da obra na sua biblioteca. Oportunidade não vai faltar, pois o autor estará lançando a obra em Leopoldina em 10 de novembro do ano corrente, em comemoração aos 100 anos da morte de Augusto dos Anjos.

Assista ainda uma reportagem sobre a obra!