sexta-feira, 17 de julho de 2015

AFINAL, QUE TIPO DE VALORIZAÇÃO É ESTA?


Quem me conhece sabe que eu sou irritantemente otimista. Não costumo ficar reclamando de trabalho. Sempre tive disposição e sempre gostei de coisas novas. A novidade é como uma injeção de adrenalina. Por várias vezes já sacrifiquei uma tarde de folga para ficar na gibiteca da escola (que não tem funcionário) organizando material e separando as revistas que não estão em bom estado. E não estou cobrando isso: tudo o que faço fora do meu horário de serviço é porque gosto. 

Também nunca fui de reclamar de salário, afinal, quando optei pelo magistério sabia não ia nadar em dinheiro. Sabia que em muitas ocasiões ia ter que tirar dinheiro do meu bolso para poder tocar meus projetos na escola. 

Infelizmente, nos meus 24 anos trabalhando com educação (comecei em 1991) finalmente conseguiram me tirar o meu otimismo. Talvez ele retorne, não sei. Mas me sinto cansada e desmotivada. O que é uma ironia, pois nossos governantes estão dedicados a incentivar e valorizar o profissional docente. Bom, pelo menos os discursos políticos dizem isso.

Mas não foi isso que eu vi ou senti neste primeiro semestre de 2015. Vou dizer como foi, pelo menos pra mim. Eu me senti desrespeitada, em vários momentos, como se eu não tivesse direito a respeito. Como professora, e juntamente com outras colegas, fui alvo de piadas misóginas, de assédio moral, por parte de deveria estar trabalhando pela nossa valorização.

Encerrei o primeiro semestre do ano exausta, com uma jornada de trabalho de mais de 40 horas sabendo que no mês de agosto terei minha carga horária aumentada e vou perder meu único dia de folga da semana. 

Quase não tive tempo para meus projetos particulares. Não pesquisei nada sobre história local e acho um milagre ter publicado tanto coisa na área dos quadrinhos. Vou dizer a vocês, meu primeiro dia de recesso foi marcado por uma dor de cabeça incessante e um cansaço que parece que não acaba. O mais triste de tudo é que eu estou relatando isso no blog que eu criei para compartilhar meu material e minhas opiniões com os colegas. 

Mas eu precisava escrever. Aliviar um pouco a tensão. Quem sabe, depois de duas semanas de descanso o ânimo não volta? Ou quem sabe eu aceite o fato de que ser professor(a) no Brasil é um profissão em vias de extinção e que pedir melhores condições de trabalho seja considerado um ato de rebeldia para os nossos governantes e legisladores.

domingo, 12 de julho de 2015

HILDE ET LA CARICATURE POLITIQUE AU BRÉSIL

Este ano eu tenho publicado bastante, na verdade, bem mais do que em anos anteriores. Resultado de boas oportunidades que foram surgindo e da finalização de alguns trabalhos já realizados. 

Mas parece que meu ano mais produtivo está sendo também o ano em que eu tenho tido menos tempo para me dedicar à pesquisa. Então, ter publicado tanto, até o momento (e vem mais publicações agora no segundo semestre), com 40 aulas semanais (e agora com mais 3 horas semanais obrigatórias de reunião), 13 turmas e duas escolas é quase um milagre. 

Ameaça de estafa a parte, segue o texto que eu publiquei no primeiro semestre, na revista Papiers Nickelés, n. 44, a convite do editor Yves Frémion. Com tanta correira e tão pouco tempo acabei esquecendo de postar o texto no blog. Ainda não estou de férias, mas arrumei um tempinho para isso. Está em francês.

Ah, não sei porque colocaram que sou pesquisadora da UFJF. Não está certo, mas para minha próxima publicação isso será corrigido.