terça-feira, 29 de novembro de 2016

LIVRO COMEMORATIVO DOS 10 ANOS DO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM HISTÓRIA DA UNIVERSO

O Programa de Pós-graduação em História do Brasil da Universidade Salgado de Oliveira (PPGHB – Universo) foi implantado em 2006, em Niterói (RJ). Dele fizeram parte inicialmente historiadores como  Maria Yedda Leite Linhares, Francisco José Calazans Falcon, Marly Vianna, Lincoln Penna, Jorge Prata de Sousa, Marcia Amantino e Célia Maria Loureiro Muniz. Mais tarde se juntaram ao corpo docente as historiadoras Cláudia Rodrigues e Mary del Priore. Atualmente o programa conseguiu a aprovação do doutorado, que deve se implantado em breve.

A fim de comemorar seus 10 anos, o PPGHB da Universo pediu a seus ex-alunos que escrevessem um capítulo para um e-book, onde apresentassem resumidamente os temas que abordaram em suas pesquisas. O lançamento do e-book ocorreu esta semana. Ele pode ser acessado clicando aqui!

Como ex-aluna do  PPGHB, eu posso afirmar que a qualidade do curso, de seus professores especialmente, assim como sua estrutura me permitiram realizar o mestrado que eu sempre desejei, trabalhando um tema pelo qual sou apaixonada. Celebro os 10 anos do PPGHB como quem celebra o aniversário de um parente  ou amigo querido. Que venham mais 10 anos.

domingo, 20 de novembro de 2016

QUADRINHOS SUECOS: CIDADE DOS CROCODILOS

Não me considero exatamente uma pessoa qualificada para fazer a análise artística de uma obra em quadrinhos. Mas, como consumidora de cultura e com base em uma experiência sensorial e emocional eu sou capaz de construir minha própria definição de beleza. Neste ponto, eu sou muito eclética. Gosto de clássicos da mesma forma que gosto de traços inovadores, que foi a impressão que me deixaram, num primeiro instante, os quadrinhos do sueco Knut Larsson. 

No caso específico, a História em Quadrinhos Cidade do Crocodilo (City of crocodiles), editada pela www.eletrocomics.com, em 2012. O álbum narra as aventuras de um caçador de crocodilos em um mundo distópico e pós-apocalíptico.


Larsson iniciou a sua carreira em 1996 na revista Galago # 45. A Galago foi fundada em 1979 e tornou-se um fórum para cartunistas e artistas suecos. De lá pra cá o autor contribuiu com várias outras revistas, publicou álbuns de quadrinhos e expôs seus trabalhos em galerias da Suécia e outros países europeus. Seus quadrinhos e suas ilustrações têm como principal marca o estilo surrealista e filosófico. Em Cidade dos Crocodilos isso é muito evidente. 

São centenas de quadros que apresentam uma narrativa sequencial perfeita sem o uso de nenhuma palavra. Sim, é um álbum de quadrinhos onde não há diálogos, recordatórios e nem mesmo onomatopeias. No máximo, o letreiro de um estabelecimento comercial. É o que eu chamo de uma narrativa universal, onde qualquer pessoa, em qualquer idioma pode traduzir as imagens e mergulhar na história. 


Mas não é tão simples assim. A leitura de imagens pode ser muito mais complicada do que a de palavras. É preciso que o leitor esteja familiarizado com a linguagem dos quadrinhos. Cidade dos Crocodilos tem um "quê" de existencialista e, em muitas passagens, leva o leitor a fazer reflexões. É um quadrinho para adultos que fala de sentimentos e envolve dramas psicológicos.

Enfim, foi um leitura agradável, envolvente e um bom exemplo de criatividade e talento artístico. Quem sabe, futuramente, materiais como este possam vir a ser publicados no Brasil?

sábado, 19 de novembro de 2016

SOBRE QUADRINHOS NA SUÉCIA

Tira de Malin Biller.
Uma das melhores descobertas que fiz este ano foram os quadrinhos suecos. Eu tenho uma atração irresistível pela História das Histórias em Quadrinhos no mundo. Acho essencial conhecer o percurso desta mídia em outros países, justamente para poder ter uma visão mais ampla do que são e foram as HQs aqui no Brasil.

Por isso, no meu mestrado, eu estudei os quadrinhos nos Estados Unidos, pela mesma razão eu estudo atualmente os quadrinhos na França. Acho importante ter com o que comparar tanto a nossa produção nacional, assim como a trajetória de vida dos nossos (as) quadrinistas. Particularidades a parte, há muito mais em comum entre eles do que muita gente imagina.

Om någon vrålar i skogen
(Se alguém grita na floresta)
Ontem, por exemplo, tive a oportunidade de conhecer os quadrinhos de Malin Biller, uma talentosa, e muito simpática, quadrinista sueca. Como muitas quadrinistas da atualidade, começou produzindo fanzines e acabou conquistando o grande público com suas tiras bem humoradas. Possui um estilo eclético, produzindo desde quadrinhos infantis a humor pastelão.  Em 2011 ganhou o prêmio de melhor História em Quadrinhos sueca com Om någon vrålar i skogen (Se alguém grita na floresta), uma História em Quadrinhos autobiográfica onde narra o drama de crescer com um pai alcoólatra e abusivo.  

Capa de City of Crocodiles
(Cidade dos Crocodilos), de Knut Larsson.
Outro quadrinista sueco, Knut Larsson, com quem conversei recentemente, também possui um trabalho excelente, que nada deixa a desejar aos quadrinhos franco-belgas. Aliás, sua obra já foi exposta em outros países, inclusive na cidade de Angoulême, na França, onde acontece um dos mais importantes festivais de quadrinhos do mundo, o Festival de Angoulême. Pois é, Histórias em Quadrinhos também têm ganhado espaço nas galerias, no mundo todo. E não apenas em galerias especializadas, afinal, os quadrinho são uma arte, como tantas outras.

Tem ainda Pidde Andersson, jornalista, quadrinista, crítico
Edição de Åsa-Nisse de 2013
de cinema e membro da Academia Sueca de Quadrinhos. Atualmente ele é roteirista de 91:AN (clique aqui para saber mais) e de Åsa-Nisse, uma série de quadrinhos de humor, criada originalmente em 1944. Andersson também trabalhou na série Bamse (clique aqui para conhecer). 
Conversando com Andersson eu descobri que as principais editoras estão em Malmö e Estocolmo. Há ainda a Associação de Quadrinhos (Seriefrämjandet) e sua escola de quadrinhos localizam em Malmö, cidade que, ao que parecem é  o centro nervoso da produção de quadrinhos na Suécia.

O fato é que quanto mais conheço mais me interesso em conhecer quadrinhos suecos. Acho que, futuramente terei que aprender o idioma. Enquanto isso não acontece vou me virando com suas versões em francês e inglês e, claro, apelando para o Google Tradutor.

terça-feira, 15 de novembro de 2016

ACADEMIA JOVEM DE LETRAS E ARTES DE LEOPOLDINA: UM RETRATO DO JOVEM BRASILEIRO

Premiados do Concurso Literário da ALLA - junho/2016
A primeira formação da Academia Jovem de Letras e Artes de Leopoldina tomou posse no dia 25 de agosto de 2016, numa cerimônia realizada no auditório do CEFET - Leopoldina. Ocuparam as sete cadeiras os primeiros colocados do Concurso Literário da Academia Leopoldinense de Letras de 2016. De lá para cá os jovens acadêmicos têm se mostrado os membros mais ativos da ALLA, com reuniões mensais, participando e organizando eventos.

Eles podem ser encontrados todos os meses, aos sábados, no Museu Espaço dos Anjos, onde é realizado um sarau, com música, leitura de contos e declamação de poesias. Eles também organizaram recentemente uma campanha para coleta de livros, a serem entregues a instituições que acolhem jovens e crianças. Este é um retrato da nossa ALLA Jovem, inspirada na Academia Jovem de Letras de Lavras.

É também o retrato de uma nova geração muitas vezes rotulada justamente pela sua falta de sensibilidade cultural. Estes rapazes e moças gostam de funk, mas também ouvem outros tipos de musica. Eles usam celulares freneticamente e tiram selfs, mas também leem e escrevem poesias. Eles têm metas, projetos, são curiosos e inventivos.  Alguns deles já colecionam prêmios e medalhas sem nem ainda terem deixado o Ensino Fundamental. Eles vêm de religiões diferentes e nem por isso são intolerantes.
 
Posse dos Membros da Academia Jovem de Letras da ALLA - Agosto/2016.
O retrato da ALLA Jovem é o retrato de uma significativa parcela dos jovens brasileiros que, incentivados a ler, a participar, a falar o que pensam, estão construindo os alicerces políticos e culturais do nosso país. Não consigo pensar neles e não lembrar também nos jovens que ocupam escolas e defendem a educação pública em todo o Brasil. Não consigo não pensar na forma como temos banalizado a nossa juventude, rotulando-a muitas vezes de vazia e alienada.

Sim, há muitos jovens assim, que vivem num mundo a parte, longe da realidade. Mas creio eu que isso é resultado da falta de oportunidade de conhecer coisas novas, de interagir com outras pessoas e frequentar outros ambientes. Lembro-me de um episodio em que fui com alunos do 7º ano a uma exposição cultural e, por acaso, pegamos o em ensaio de um grupo de musica antiga. Não esqueço a expressão extasiada da maioria deles que nunca tinha ouvido canto gregoriano. Algo novo, que encantou a todos, que levou a perguntas e estimulou a curiosidade.
 
Sarau de Poesias no Museu Espaço dos Anjos (Leopoldina - MG) - Outubro/2016.
Algumas pessoas dizem que a “cultura” é monopolizada pela elite. Eu digo que a elite possivelmente é mais aculturada do que a maioria de nós. Ela possui os meios e acesso, mas nem sempre faz o uso. Ademais, o conceito de cultura é muito mais amplo e transgride o espaço das galerias e dos teatros. Ela está nas rodas de capoeira, nos grupos de dança formados nas periferias, nos saraus de poesia que ocorrem num pequeno museu do interior de Minas Gerais. A cultura está em todo lugar e ela pode e deve ser apropriada por todos, independentemente da idade, da origem social e econômica.


E esta apropriação da cultura é a cara da ALLA Jovem, que reúne justamente isso: jovens de todas as idades, de origens sociais diversas e com a sua própria carga de experiências que aprendem uns com os outros e que desejam compartilhar o prazer de cada nova descoberta. É o retrato inacabado de uma juventude que emerge em tempos turbulentos e que pode sem, mudar o mundo.

domingo, 6 de novembro de 2016

BREVES CONSIDERAÇÕES SOBRE A AVALIAÇÃO DO ENEM DE 2016

Este ano eu retornei, depois de muito tempo, ao 3º ano do Ensino Médio. Basicamente, quando parei de dar aulas para o 3º Ano o MEC ainda nem tinha criado o Programa Universidade para Todos (PROUNI) e o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) ainda não era vinculando a concessão de vagas em universidades públicas.  Sendo assim, analisar uma prova inteira do ENEM é uma novidade e um desafio para mim.

Pois bem. A prova de Ciências Humanas e suas Tecnologias (caderno branco) envolve questões de História, Filosofia, Sociologia e Geografia. Vou tentar dar uma opinião geral sobre ela, embora eu pretenda dar mais atenção às questões de História.

Vou começar com alguns aspectos que eu considero positivos. A questão 03 que usa a História em Quadrinhos (HQ) de Marjane Satrapi, “Persépolis”, foi bem formulada. A questão teve estrutura simples e, ao mesmo tempo, complexa. Os quadrinhos, quando bem utilizados, podem enriquecer atividades e trazer provocações. Pena que em 45 questões, apenas uma utilizou este recurso.

Senti falta do uso de charges, presentes em avaliações anteriores. Aliás, usaram-se em 45 questões poucas imagens (e não estou contando aqui gráficos e mapas): uma HQ, algumas reproduções de pinturas, fotos e anúncios. Mas é uma questão pessoal. Acho que a leitura de imagens precisa ser mais explorada. Não estou desqualificando a avaliação por conta disso.

Com relação às questões de História, achei que foram bem distribuídas, abarcando vários períodos sem privilegiar um em específico. Mas senti falta de questões referentes ao Império.  No geral, eu diria que o nível das questões estava bom, mas achei o vocabulário um tanto rebuscado. Por exemplo, na questão 33, a alternativa (c) trazia a opção “ordenar conflitos laborais” onde poderia ser “ordenar conflitos trabalhistas”. Suponho que muitos estudantes erraram esta questão simplesmente porque não sabiam o significado de “laboral”, termo que, na minha experiência de mais de 20 anos em sala de aula, não costuma ser usado nem mesmo em livros didáticos.

Foi uma avaliação que privilegiou a interpretação. Eu acho isso positivo. Mas nas questões de Filosofia e Sociologia achei que se abusou um pouco de termos acadêmicos, de autores que são desconhecidos até para professores do Ensino Médio. Vejam bem, nem todo professor de Humanas tem oportunidade de fazer um mestrado ou um doutorado, de se aprofundar em alguns estudos, em alguns autores. A maioria nem é estimulada a isso. Quanto mais formação, mais caro fica o professor e, por exemplo, em algumas escolas particulares, a pós-graduação não oferece vantagens financeiras aos docentes, que acabam se limitando a uma especialização simples. 

Minha maior crítica à avaliação do ENEM é a seguinte: utiliza-se em muitas questões um vocabulário que não condiz com a realidade dos nossos alunos e mesmo dos professores da Educação Básica.

Minha posição como professora, com experiência em escola particular e pública, é que o estudante demonstra seu conhecimento, suas habilidades, quando consegue entender o que a questão demanda. Daí eu achar importante que as provas cobrem interpretação. Mas se ele se depara com alternativas que utilizam um vocabulário muito acima da capacidade geral de entendimento de um aluno do Ensino Médio, eu me pergunto: qual é o objetivo desta avaliação?

Avaliar conhecimento, ou excluir aqueles que ainda não são dotados de maturidade e experiência necessárias para compreender um vocabulário completamente ausente na sua prática diária?

Como professora de História, eu diria que foi uma prova razoável e que não cobrou muito acima da capacidade dos alunos. No entanto, eu questiono como isso foi cobrado na questão da linguagem utilizada para avaliar o aluno. Passou-me a impressão de que o MEC não conhece a realidade da escola brasileira, do estudante brasileiro. Isso me assusta, ainda mais em tempos de reforma do Ensino Médio.

sábado, 5 de novembro de 2016

VII FESTIVAL DE ARTE E CULTURA DO CEFET


A cada ano nossa cidade tem avançado mais na área da cultura. Faça sua parte prestigiando os eventos que acontecem na cidade. Além da Semana Anjosiana temos ainda VII Festival de Arte e Cultura do CEFET! Não percam!


SEMANA ANJOSIANA 2016


Esta semana será dedicada ao poeta paraibano Augusto dos Anjos, que viveu e morreu em Leopoldina (MG). Já é uma tradição cultural da cidade! Participem!