HISTÓRIA E ENSINO SEM FRONTEIRAS
Este site foi criado para que eu pudesse postar meus trabalhos sobre a História de Leopoldina, sobre História do Ensino e Educação. Com o tempo ele acabou se tornando muito mais do que isso. Hoje eu o uso para fazer reflexões sobre meu trabalho na escola, sobre minhas pesquisas com quadrinhos e sobre minhas opiniões sobre livros e filmes.
terça-feira, 14 de maio de 2024
QUADRINHOS FEMINISTAS OU QUADRINHOS PARA MULHERES?
segunda-feira, 12 de fevereiro de 2024
COMO ENCONTRAR FONTES NA INTERNET PARA AULAS DE HISTÓRIA
Mas
o século XXI trouxe novas possibilidades. Atualmente, no campo digital temos
espaços destinados a ser repositórios de estudos (artigos, dissertações, teses)
e de fontes diversas, de periódicos a fontes imagéticas, além de canais
destinados a produzir conteúdo sobre história (sobre estes canais, presentes no
Youtube, por exemplo, vou falar em outra postagem). As bibliotecas estão
digitalizando seus acervos e criando hemerotecas digitais[1].
Atualmente
é possível acessar informações, bancos de imagens e documentos de diversas
partes do mundo e usá-los para montar aulas e atividades. O livro didático, na
minha opinião, está se tornando um objeto de apoio secundário para professores
e professoras que começaram a investir em produzir conteúdo a partir de fontes.
Nas
hemerotecas e nos sites criados para abrigar documentos dos mais diversos é
possível conseguir um rico material que pode ajudar a compor uma aula,
complementar informações ou mesmo ser vir de base para projeto, inclusive
projetos interdisciplinares. Recentemente eu li alguns artigos com relatos de
experiências em sala de aula utilizando documentos como cartões postais e cartazes,
retirados de repositórios de documentos.
Eu,
por exemplo, frequentemente visito repositórios e hemerotecas. Encontro muito
material interessante sem sites de bibliotecas universitárias, de bibliotecas
nacionais e internacionais. Já tirei material para compro slides que preparei
para minhas aulas com alunos do fundamental e médio e, inclusive, já usei a
hemeroteca da Biblioteca Nacional para um projeto de pesquisa com alunos do
oitavo ano do ensino fundamental, que resultou numa pequena publicação
impressa, sobre a história local. E isso foi em 2014, há 10 anos atrás. De lá
pra cá não apenas aumentaram as fontes como, também, a possibilidade de
trabalhar diversos temas.
É
trabalhoso, mas prazeroso, principalmente quando se domina as ferramentas de
busca e gente aprende a localizar o material que precisamos. Até mesmo o idioma
deixou de ser um problema, pois os navegadores têm ferramentas de tradução
automática que permite o professor/a visitar e colher material em sites com
idiomas estrangeiros. Eu já usei documentos retirados da Gallica, a hemeroteca
digital da Biblioteca Nacional da França, do site da Biblioteca da Sorbone, da
Hemeroteca de Lisboa e de sites de bibliotecas universitárias de outros países.
É uma experiência de aprendizagem tanto para os estudantes quando para os/as
docentes, pois permite que se saia do lugar comum.
Trabalhar
povos indígenas a partir de documentos históricos colhidos de uma hemeroteca ou
uma bilbioteca, analisar o imperialismo e as guerras mundiais por meio de
imagens, acessar revistas e jornais publicados há mais de 100 anos e retirar
deles documentos para serem analisados durante uma atividade em sala de aula ou
mesmo uma avaliação. Há muitas possibilidades de incluir ao material didático
já utilizado conteúdo inédito.
Eu
particularmente acredito que o professor é o melhor material que a escola pode
oferecer. Infelizmente ele/a precisa ser lembrado/a disso constantemente. Por
isso muitas vezes ele acaba se acomodando e limitando sua aula ao livro
didático. Assim como os estudantes, professores também precisam ser estimulados
a tirar o melhor de si. Isso, inclusive é algo importante para a saúde mental
dos docentes, prejudicada pela pressão sofrida diariamente nas escolas, pelo
assédio de pais e de alunos, que parecem não entender os limites para o
trabalho docente e nem sempre reconhecem seu valor. O sentimento de realização
e descoberta pode ajudar a superar estes obstáculos, cada vez mais presentes no
nosso dia a dia.
Vou deixar aqui algumas indicações de sites de bibliotecas e hemerotecas que podem ser úteis para quem quiser se aventurar e buscar novos materiais para trabalhar em sala de aula. Você professor que já está na docência há muitos anos e ainda não se arriscou a trabalhar com outros materiais, não é tão complicado assim. Aos professores mais jovens, creio que a experiência pode ser enriquecedora e estimular outras atividades e até projeto de iniciação científica. Vamos tentar?
Alemanha
- Biblioteca Nacional Alemã
Brasil
-
Hemeroteca Digital da Biblioteca
Nacional
- Hemeroteca Digital Catarinense
- Biblioteca Digital do Estado de Minas
Canadá
-
Biblioteca Pública de Toronto
China
-
Biblioteca Nacional da China
Coreia
do Sul
-
Biblioteca Nacional da Coreia
Espanha
-
Biblioteca
Digital Hispânica
Estados
Unidos
-
Biblioteca Digital de Minnisota
França
-
Gallica
– hemeroteca digital da Biblioteca Nacional da França
-
Biblioteca da Universidade de
Sorbonne
Japão
Portugal
- Hemeroteca digital de Lisboa
[1] Hemeroteca é um setor das bibliotecas onde se encontram coleções de periódicos como jornais, revistas e outras obras editadas em série
quinta-feira, 11 de janeiro de 2024
PRÊMIO ARTEMÍSIA 2024 - RESULTADO ANUNCIADO
As vencedoras de 2024:
- Grand Prix Artémisia: Madones et putains (Madonas e Prostitutas) de Nine Antico (Dupuis)
- Prêmio Artemisia Weed: Devenir de Joanna Folivéli (Futuro de Joanna Folivéli) (Dois Pontos)
- Prêmio Artémisia Poésie-Mixte: Grande échappée (A Grande Fuga) de Bérengère Delaporte , variação gráfica em torno do poema La Panthère (A Pantera) de Rainer Maria Rilke (Nathan)
- Prêmio Artémisia de Humor: Le grand incident (O grande incidente) de Zelba (edições Futuropolis / Louvre)
- Prêmio Artémisia Survireuse: (Sultana) de Lili Sohn e Élodie Lascar (Steinkis)
- A entrega dos prêmios vai acontecer no dia 17 de janeiro, no L'Espace des Femmes - Antoinnete Fouque, em Paris, França. Des Femmes é uma editora criada em 1973 por Antoinette Fouque com o objetivo de impulsionar a vida editorial, intelectual e cultural francesa, destacando a criação das mulheres. Antoinette Fouque foi uma psicanalista francesa envolvida no Movimento de Libertação das Mulheres.
domingo, 7 de janeiro de 2024
MADELEINE, RESISTENTE E QUADRINHOS SOBRE A II GUERRA MUNDIAL
Mais do que promover a HQ a exposição, na minha interpretação, foi pedagógica, mostrando não apenas uma parte da guerra que poucos vivenciaram como, também, um exemplo de empoderamento feminino, a partir das experiências de Madeleine.
Posso dizer que conheci Madeleine Riffaud antes de ler a HQ e, por isso, eu acabei lendo e me interessado ainda mais pelo tema da resistência, que eu já havia trabalhando um tanto quanto superficialmente em outros momentos. Para quem gosta do assunto, a leitura desta HQ é mais que recomendada. O segundo volume deve sair agora em 2024, em português. Uma coisa que eu gostei muito foi a história “bônus” no final da HQ, que consta como o projeto começou, na forma de quadrinhos
domingo, 31 de dezembro de 2023
MINHA RETROSPECTIVA DE 2023
Pediram que eu fizesse um apanhado do meu ano de 2023. Foi quando
eu percebi que eu não tinha certeza do que eu havia feito (pelo menos cronologicamente
falando) durante o ano. Eu tive que buscar vestígios para muito além da minha
memória para fazer esta retrospectiva, e nem tenho certeza se está completa. Um exercício de memória difícil, pois o ano de
2023, para mim, foi complexo de várias formas.
Eu comecei o ano fazendo uma longa viagem de férias. Fiquei mais
de um mês fora de casa. Foi ótimo, mas me consumiu muito. Não faria novamente. Acredito
que isso tenha sido resultado dos anos de pandemia. Eu, de repente, senti um
impulso de cair na estrada e romper com aquele longo isolamento. Fui para
Portugal, Suíça e França. Fiquei na casa de amigos, revi pessoas queridas e fui
a lugares nos quais eu ainda não tinha ido e revi alguns que eu já conhecia.
Fechei as férias participando do Festival Internacional Quadrinhos
de Angoulême, na França, de onde enviei algumas notícias para o Mina de HQ
(minha primeira experiência do tipo).
Em fevereiro, de volta, eu gravei um podcast com o Quadrinheiros, que foi lançado em março. Foi bem
interessante. Não tenho o habito de gravar podcast, acho que tinha feito no
máximo dois antes deste. Mas gostei da experiência e do resultado. Estou
ficando mais articulada para falar. Retomei meu trabalho nas duas escolas
nas quais eu leciono. Recebi este ano 4 turmas novas, com alunos para os quais
eu ainda não havia lecionado. Foram turmas ótimas, muito além da minha
expectativa, e que ajudar a diminuir o fardo do trabalho porque eu me diverti
muito dando aula para eles.
Fui aceita
para o pós-doutorado em Letras, na UEMS, no final do ano de 2022 e já comecei
2023 ligada à universidade. Ao longo do ano eu me vi envolvida nas atividades
do curso. A primeira delas foi o encontro "Quadrinhos e o fim do mundo: utopias e
distopias". Eu participei de uma mesa junto com os amigos Octavio Aragão e
Elidiomar Ribeiro, no dia 07 de abril, pela manhã. Primeiro evento acadêmico do
qual eu participei no ano.
Maio, por sinal, fui um mês absurdamente corrido e cheio de eventos. Eu viajei para Campo Grande, MS, para cumprir minhas tarefas do pós-doutorado e ministrei um curso para os alunos do mestrado em letras. Aproveitei para conhecer a Gibiteca de Campo Grande e fazer contatos com professores e alunos da Universidade. Foi quando realmente caiu a ficha de que eu estava de nova na universidade, só que meu papel agora é outro: eu que estou ministrando as aulas. Foi meio assustador no início, mas foi, está sendo, divertido.
No final do mês tivemos o VI Entre ASPAS, encontro da Associação de Pesquisadores em Arte Sequencial (ASPAS), em Leopoldina, MG, evento do qual fui uma das organizadoras. Participei ainda como mediadora de uma mesa sobre quadrinhos e pesquisa na História, com a participação de Mary Del Priore e apresentei comunicação ao lado da amiga Alessandra Senna. Durante o evento houve a eleição para a nova gestão da ASPAS, da qual eu agora faço parte, junto com mais três outros colegas, até 2025.
Ainda em outubro dei início, junto com a amiga
Lucilene Nunes, a um curso sobre Introdução à História Local, para 40
professores da rede municipal de ensino de Leopoldina. O curso terá três
módulos. Aproveitamos para transformar o material que usamos em e-book que está
disponível para download. Ainda em outubro eu retornei para Campo Grande, onde
eu participei de um evento na biblioteca da UEMS, “Primeira Semana Nacional do
Livro e da Biblioteca”, além de outras atividades tanto no curso de letras
quanto no curso de História.
No final de novembro e início de dezembro eu
participei como mediadora de uma mesa no evento “Quadrinhos e Música”, como
parte das atividades do meu pós doutorado. E, para encerrar, lançamos, no dia
02 de dezembro, o livro "Varal de Memórias" um projeto que eu
realizei com meus alunos em agosto e que acabou resultando na publicação de um
livro e um e-book.
quarta-feira, 27 de dezembro de 2023
A CRIATURA DE GYEONGSEONG E OS CRIMES DE GUERRA DO JAPÃO
Nosso
conhecimento sobre os crimes cometidos por nações do EIXO durante a Segunda
Guerra Mundial é geralmente centrado na Alemanha e em seus campos de
extermínio, que levaram milhões de pessoas inocentes à morte. Livros de
história e obras e ficção trouxeram horríveis experimentos que os nazistas
fizeram com pessoas de todas as idades, experimentos que começaram antes mesmo
do início da guerra. No entanto, pouco estudamos ou falamos sobre os crimes
cometidos pelo Japão.
Devo confessar
que, mesmo com formação em história, foi somente por meio de quadrinhos como
"Grama", cuja a narrativa gira em torno da escravidão sexual de
mulheres pelos japoneses durante a Segunda Guerra Mundial, e de séries dramáticas como "Mr Sunshine",
que levanta o tema da resistência armada e a luta pela independência da Coreia
durante a dominação japonesa, que eu comecei me interessar e a estudar uma parte da história do Leste Asiático.
No drama, a população civil de regiões colonizadas era exposta a experimentos com o objetivo de criar uma mutação capaz de ser usadas na guerra contra os aliados. Monstros criados em laboratório. "A criatura de Gyeongseong" é uma obra ficcional, repleta de exageros necessários para compor a narrativa fantasiosa, mas que se baseia em fatos históricos.
Em 1935, o governo japonês fundou a Unidade 731, uma unidade secreta de pesquisa e desenvolvimento de guerra biológica e química do Exército Imperial Japonês que realizou experimentação humana letal durante a Segunda Guerra Sino-Japonesa e parte da Segunda Guerra Mundial. Foi oficialmente conhecido como o Departamento de Prevenção de Epidemia e Purificação de Água do Exército de Guangdong. O nome "Unidade 731" foi oficialmente adotado em 1941.
A Unidade 731 era comandada pelo Tenente General Shiro Ishii, responsável por vários de crimes de guerra. O General Shiro Ishi era um cirurgião formado pela faculdade de medicina na Universidade Imperial de Kyoto. Ele entrou para o Exército Imperial Japonês como de Cirurgião do Exército. Antes de iniciar sua pesquisa com seres humanos na Unidade 731, Shiro Ishii viajou para a Europa para estudar armas biológicas e guerra química. Ele foi a versão japonesa de Josef Mengele, responsável pelos experimentos com prisioneiros realizados no campo de Auschwits, na Alemanha.
Estima-se que cerca de 250 a 300 mil pessoas foram submetidas a experimentos realizados pela Unidade 731, sendo que a maioria das vítimas era chinesa. Havia ainda soviéticos, mongóis, coreanos e pessoas pertencentes a países que opunham ao EIXO. Eles foram usados como cobaias para testes de armas bacteriológicas e outros experimentos. O maior número de mortes no campo de Pingfang era de chineses (70%) e soviéticos (30%). A unidade funcionou até o final da guerra, em 1945.
Unidade 731 - foto atual |
Os experimentos realizados envolviam armas ou procedimentos que poderiam ter uso na guerra. Por exemplo: em câmaras refrigeradoras, prisioneiros eram submetidos a temperaturas de até 50 graus celsius negativos para que os médicos pudessem descobrir a melhor maneira de tratar soldados japoneses que tivessem membros congelados durante batalhas no frio. Para descobrir o que aconteceria a pilotos japoneses caso os aviões dessem pane os cientistas colocavam prisioneiros em centrífugas superpoderosas, onde ficavam rodando até morrer. Testavam bombas com bactérias ou com pulgas infectadas com peste bubônica ou febre tifoide foram jogadas sobre vilarejos chineses. Autópsias eram realizadas com pessoas vivas. E tudo foi minuciosamente registrado em desenhos científicos detalhados. Não foi por nada que a Unidade 732 ganhou o apelido de “Auschwitz asiática”.
Algumas dessas experiências são mostradas no drama, assim como os laboratórios nos quais pode-se ver, por exemplo, órgãos humanos, fetos e até cabeças dentro de vidros com formol. Aparecem também experiências feitas com crianças, que recebiam diariamente injeções e muitas delas desenvolviam doenças que as levavam a óbito. Muitas das experiências eram tão macabras que descrevê-las é difícil. Citei apenas algumas, mas para quem quiser saber mais, eu deixarei o link dos sites que eu consultei para elaborar este texto.
Com a derrota do Japão na guerra, Shiro Ishii encenou a própria morte para fugir do exército dos Estados Unidos, mas acabou sendo descoberto. No entanto, ele negociou sua liberdade em troca do conhecimento que reuniu em suas experiências na Unidade 731. Nem ele nem outros médicos que trabalharam na sua equipe chegaram a ser presos.
Mergulhar na
cultura asiática tem sido um balde d'água fria em muitos sentidos,
principalmente o histórico. Há histórias lá que deveriam ser de conhecimento de
todos, há situações que merecem receber atenção mundial. Violência contra a
mulheres e população LGTBQI+, xenofobia, alcoolismo, violência escolar e
suicídio. O Leste Asiático está submerso em uma série de mazelas que podem ser
explicadas por uma história marcada pela escravidão e pelas disputas
imperialistas, que envolvem não apenas países da região mas, também, nações
europeias e os Estados Unidos. Uma história marcada por violência e que
reproduziu ao longo do tempo essa mesma violência.
Ao falar
sobre os crimes de guerra do Japão não é necessariamente um ataque ao país ou a
seu povo. Os japoneses também formam vítimas de seu próprio governo. Homens,
forçados a servirem ao exército e a cometerem crimes horrorosos. Mulheres
japonesas pobres foram escravizadas sexualmente e transformadas em prostitutas
a serviço do governo. A intenção aqui é alertar para o fato de que estes crimes
aconteceram e podem se repedir enquanto for alimentado um discurso belicoso e
de ódio, discurso este que vem crescendo nos últimos anos. O Japão e a Alemanha
da Segunda Guerra Mundial devem ser o exemplo do que não queremos para o
nosso presente e, muito menos, para o nosso futuro.
REFERÊNCIAS
BROLIA, MARCOS(2014). 550 – Campo 731 – Bactérias, A Maldade Humana (1988). Disponível em: <https://101horrormovies.wordpress.com/2014/10/23/550-campo-731-bacterias-a-maldade-humana-1988/>. Acesso em 27 dez. 2023.
DRUMMOND, Pedro (2021). Uma Auschwitz Na Ásia: O Japão E Sua Macabra Unidade 731. Disponível em <https://historiamilitaronline.com.br/index.php/2021/03/25/uma-auschwitz-na-asia-o-japao-e-sua-macabra-unidade-731/>. Acesso em 27 dez. 2023.
LIMA, Claudia de Castro e (2016). Os terríveis experimentos japoneses com prisioneiros chineses. Disponível em: <https://super.abril.com.br/mundo-estranho/os-terriveis-experimentos-japoneses-com-prisioneiros-chineses?utm_source=google&utm_medium=cpc&utm_campaign=eda_super_audiencia_institucional&gad_source=1&gclid=CjwKCAiAs6-sBhBmEiwA1Nl8szaLjur5cAhvqZa2Qh_JYx61FHbUcPHbIxPuDh92DPHM3tWzLgSA5RoCi38QAvD_BwE>. Acesso em 27 dez. 2023.
PISSURNO,
Fernanda Paixão. Unidade 731. <https://www.infoescola.com/historia/unidade-731/#google_vignette>.
Acesso em 27 dez. 2023.
PREVIDELLI, Fábio. Unidade 731: o antro japonês de experimentos em humanos durante a 2ª guerra. Disponível em: < https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/historia-o-que-foi-a-unidade-731.phtml>.
UNIDADE 731. Wikipedia. Disponível em: <https://pt.wikipedia.org/wiki/Unidade_731>. Acesso em 27 dez. 2023.
segunda-feira, 25 de dezembro de 2023
INTRODUÇÃO À HISTÓRIA LOCAL: LEOPOLDINA, OCUPAÇÃO E POVOAMENTO
sábado, 23 de dezembro de 2023
COMENTANDO O K-DRAMA "OS OUTROS NÃO"
Eu confesso que me interessei pelo drama por conta de uma das protagonistas Jeon Hye-jin, uma atriz muito talentosa, que na casa dos quarenta anos continua trabalho em muitos projetos numa indústria que privilegia as mulheres jovens. Não é uma comédia romântica, embora exista interesses românticos para as protagonistas, os homens apenas estão lá para reforçar a força das mulheres, que deles nada dependem, muito pelo contrário.
A história começa quando a estudante do ensino médio Kim Eun Mi (interpretada por Jeon Hyejin), descobriu que estava grávida. Determinada a criar sua filha, Jin Hee (interpretada pela cantora Choi Sooyoung), a jovem mãe enfrenta muitos desafios. O primeiro foi a família do namorado, que proibiu o relacionamento, o segundo foi sua própria família, com um pai alcoólatra do qual a moça era vítima constante de violência doméstica. sozinha, as duas enfrentam juntas todas as adversidades da vida.
Ao longo dos 12 episódios da série vamos conhecendo um pedacinho do passado destas duas mulheres e entendendo melhor sua relação, que muitas vezes parece muito mais a de duas irmãs (sendo a mãe a irmã caçula e rebelde) do que de mãe e filha. Jin Hee durante toda a narrativa deixa claro que, apesar das brigas constantes com a mãe, ela é sempre sua prioridade. As duas não falam de relacionemos externos, vivem de dependem uma da outra numa relação quase simbiótica e não querem mudar isso.
Eun Mi já com quase 50 anos trabalha como
fisioterapeuta, Jin Hee, de 29 anos, tem uma carreira como policial. Nem mesmo
o aparecimento do pai biológico muda a conexão entre mãe e filha. Mais do que
falar dos desafios da maternidade enfrentados por uma jovem num país conservador
e machista como a Coreia do Sul, o drama traz temas atuais e sensíveis como a
violência contra as mulheres, a opção por uma vida de solteira, tanto da mãe
quanto da filha e o próprio conceito de família, já que as duas tiveram que
construir uma família não parental, ao longo de sua trajetória. Amigos que as
colheram ganharam um status de família enquanto que aqueles com os quais Jin
Hee compartilha laços consanguíneos são pessoas completamente estranhas à sua
realidade.
Esta parte, em especial, foi que me prendeu à trama e me fez levantar questões com relação ao conceito que temos e que reproduzimos mesmo que inconscientemente de família. Acredito que, dentro da realidade sul coreana, esse debate seja ainda mais acalorado, uma vez que essa sociedade se alicerçou dentro de uma filosofia confucionista, baseada no dever fundamental dos filhos cuidar e obedecer aos seus pais e honrar os ancestrais.
O respeito pela autoridade
e pela autoridade familiar também é uma característica importante do
confucionismo. Uma família hierarquizada em todos os sentidos. Muito diferente
do núcleo familiar criado por Kim Eun Mi e sua filha. Enfim, para quem
tiver interesse numa história engraçada e, ao mesmo tempo comovente, eu
recomendo. Este drama está disponível no VIKI para assinantes, mas acredito que
pode ser encontrado gratuitamente nos fansubs.
quinta-feira, 21 de dezembro de 2023
PROJETO VARAL DE MEMÓRIAS
Vou começar com o projeto que eu desenvolvi recentemente na E. M. Judith Lintz Guedes Machado, Leopoldina (MG) e que recebeu o nome de "Varal de Memórias". Trata-se de um projeto que começou a ganhar corpo em agosto de 2023, justamente na semana do estudante (semana em que comemoramos o dia do estudantes, 11 de agosto, com atividades extras na escola) . Eu resolvi, na inspiração, pedir para que cada aluno/a escrevesse pelo menos meia filha de caderno contanto uma lembrança/experiência relacionada à escola. As experiências seriam transcritas e faríamos um varal no qual cada um colocaria seu texto. Daí o nome de "Varal de Memórias".
Era para ser uma atividade apenas para minhas turmas do oitavo ano, mas acabou se tornando um projeto maior, que envolveu 8 salas e alunos do 7º ao 9º ano. Os textos eram tão interessantes que acabei abandonando a ideia original e resolvi transcrever os 110 texto que recebi e transformar em um livro. Com isso eu manteria o registro daquelas memórias e os alunos/as que participaram do projeto poderiam ter consigo o fruto do seu trabalho e compartilhar suas memórias com outras pessoas.
Foi assim que nasceu o livro "Varal de Memórias" que foi lançado oficialmente no dia 02 de dezembro, numa cerimônia que teve a participação de alguns alunos que participaram da atividade, além de pais, professore e autoridades ligadas à educação e à cultura, de Leopoldina (MG) e até de outros municípios da Zona da Mata. Foi emocionante.
O livro foi literalmente impresso na escola. A diretora imprimiu e encadernou pessoalmente exatos 110 unidades e também fizemos uma versão e-book. Estamos levantando a possibilidade de conseguirmos verba para imprimir em gráfica 100 unidades do livro, para serem distribuídas para escolas do munícipio, mas isso é projeto para 2024.
Fazendo um apanhado geral, a experiência de organizar um livro de memórias foi um desafio e um prazer. Um desafio pois trabalhar com jovens requer certos cuidados e eu meio que pisei em ovos com relação aos relatos, porque eu estava trabalhando com menores. O primeiro passo foi pedir autorização dos pais/responsáveis e garantir o anonimato dos participantes. Sim, não nomeei os alunos/as, por questão de ética com pesquisa envolvendo seres humanos. Fui orientada a proceder desta forma. Outro desafio foi de organizar o livro da forma devida.
Prometi aos alunos que eles teriam tratamento de autor. Não deveriam se preocupar com a escrita pois todo o material seria revisado antes de publicado. Para isso eu contei com a ajuda da equipe do professor Nataniel Gomes do curso de letras UEMS, que se voluntariaram para fazer a revisão. A diagramação foi realizada juntamente com o professor Amaro Braga, da UFAL, amigo de longa data. A capa foi criada por duas aluna da escola, Lívia e Vivian, e tratada digitalmente pelo designer e quadrinista Hamilton Kabuna. O prefácio foi realizado pela professora Fabiana Rubira, da FEUSP. Enfim, foi um trabalho coletivo, envolvendo pessoas de dentro de fora da escola.
O prazer veio na reação dos/as estudantes que participaram do projeto tanto durante o processo de produção do texto quanto no lançamento do livro. Aqueles que não puderam estar presentes no lançamento buscaram seus exemplares e foi muito recompensador ver como liam com interesse e comentavam entre si sobre os textos.
Para quem tiver interesse em conferir o trabalho basta clicar aqui e baixar gratuitamente o e-book. Se quiser deixar suas impressões, faça um comentário. Irei compartilhar com os alunos/as da escola.