sábado, 14 de maio de 2011

OFICINA, CIDADANIA E MEMÓRIA: RELATO DE EXEPERIÊNCIA


Hoje, das 08:00 às 11:00 fiquei envolvida com a pequena oficina sobre a qual comentei em postagem anterior. Fica até difícil relatar como tudo aconteceu pois eu tenho a sensação de que tudo foi tão rápido que eu perdi os detalhes. Dividi a tarefa da seguinte forma:
  1. Dei orientações gerais sobre o uso do material e sobre a questão da higiene como forma segura de lidar com os documentos;
  2. Mostrei como deveriam fazer a limpeza;
  3. Orientei sobre a questão da necessidade de registrar o documento higienizado - apresentei a ficha a ser preenchida;
  4. Auxiliei todos a embalarem seus livros.

Mas vou começar pelo que não foi bom, depois e finalizo com a parte positiva. Não foi bom trabalhar com tantos alunos ao mesmo tempo, pois não me permitiu dar a eles a atenção que precisavam naquele momento. No início, quando ainda estávamos na fase da limpeza manual, tudo bem. Mas depois, quando eu tinha que acompanhar o preenchimento da ficha foi muito complicado. Mas alguns se destacaram ao tomarem a iniciativa de ajudarem os outros colegas.

Também, em função da quantidade de pessoas (eram 27 alunos) ficou difícil de acompanhar o trabalho de cada um, mas uma boa parte deles me chamou para olhar o que estava fazendo e para perguntar sobre o material que estava manipulando (o porque da letra, do tipo de escrita e gramática diferente da nossa, a utilidade que o documento tinha quando foi produzindo, onde ele foi encontrado, qual era o mais antigos que havia ali). 

Houve visita de pais, mas eu nem pude dar atenção, porque não parei um só minuto. Os alunos me requisitavam pois tinham medo de fazer alguma coisa errada e estavam preocupados com o resultado do trabalho.

Acho que aqui eu entro na parte positiva. Achei que uma boa parte dos alunos gostou da atividade. Acho que eles entenderam que estavam fazendo um bem à comunidade. Adorei os questionamentos do tipo "onde estavam estes livros de ata?", "por que estavam lá?", "não há um lugar para guardar?", "para que servem estes livros?" e, o melhor de todos, "não era a prefeitura que tinha que fazer isso?" . 

Combinamos que farei um relatório detalhado da oficina e que irei divulgar o trabalho deles para os organismos responsáveis e para a comunidade. Bom, seguem algumas fotos, da sala antes da oficina, durante a oficina e, finalmente, do produto da oficina, que será entregue à Superintendência de Cultura na próxima semana.

Nosso kit de higiene: sabonete, papel toalha, toalha de mão, álcool Gel, luvas descartáveis e toca descartável.
Sala preparada para a oficina: um livro de ata por aluno.
Início do trabalho.
Caprichando na limpeza.
Olha que concentração!
Infelizmente a quantidade de alunos não é viável, pois impede que se dê atenção a todos. A vantagem é a quantidade de documentos tratados em apenas duas horas de trabalho.
Parte do resultado final: 27 livros de atas, iniciando em 1876, limpos, registrados e empacotados.

2 comentários:

Pesquisadora Nilza Cantoni disse...

Eu tinha certeza de que seria um trabalho maravilhoso! Parabéns, Natania. Transmita meus cumprimentos aos seus alunos. Cada um deles, ao se envolver neste trabalho, cresceu um pouco mais como cidadão. Minha expectativa é de que o poder público finalmente abra os olhos, ouça estes novos parceiros e crie o tão sonhado Arquivo Público em Leopoldina.

Vanessa disse...

O sonho de todo historiador é encontrar fontes assim tão bem administradas e preservadas.

Parabéns mesmo pelo trabalho!!!