quarta-feira, 9 de novembro de 2011

BAIXA QUALIDADE DA EDUCAÇÃO PODE MATAR

Já tem um tempinho que eu venho pensando sobre o assunto, principalmente quando leio notícias sobre imperícia médica e falhas berrantes de auxiliares e enfermeiros. Daí, agora de manhã, quando li sobre o caso do bebê que morreu com leite injetado na veia eu não tive como não comentar e dizer o que eu penso.

Não é de hoje eu venho ouvindo pessoas que eu sei que tem competência mínima, que não tiveram boa formação, que foram empurradas na escola (porque a gente que está lá dentro sabe que muitas vezes o professor é pressionado pelo sistema a promover o aluno que tenha o mínimo do mínimo de condições de passar de ano) dizerem que vão trabalhar em hospital e fazer curso de enfermagem porque é fácil conseguir emprego. Olha, já ouvi mesmo, muitas vezes, não é exagero.

Assim como já ouvi gente dizendo que não precisa estudar porque tem "padrinho" e pode conseguir emprego onde quiser. Temos, então, uma leva bem considerável de profissionais não-preparados exercendo funções de grande responsabilidade, onde em muitos casos se coloca a vida de outras pessoas em risco. E aí eu não me limito apenas a quem trabalha na área de saúde. Temos aí motoristas de transporte escolar (público e privado), policiais (sem estrutura psicológica e mesmo formação para aguentar as pressões do trabalho). 

Então, quando eu digo que baixa qualidade da educação mata não estou sendo exagerada, pelo menos não me sinto assim. Acho que temos que pensar que na escola devemos formar a COMPETÊNCIA acima de tudo. Não estou tendo uma visão mercadológica, mas pragmática: os nossos alunos irão construir nossas casa, dirigir ônibus, cuidar da segurança pública, nos atender em hospitais, se tornarem administradores públicos, enfim, exercerem uma grande variedade de profissões onde eles terão que ser competentes porque estarão lidando com outras pessoas, com outras vidas. 

Eu brinco com minha supervisora quando digo que gosto de nivelar meus alunos por cima. Mas não é brincadeira. Respeitando as diferenças individuais, eu acredito que eles estão na escola para serem preparados para a vida e a vida não vai nivelar por baixo.

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