domingo, 22 de junho de 2014

MINHAS FEIRAS CULTURAIS E A HISTÓRIA DA ROUPA DE ASTRONAUTA

Esta semana eu publiquei um texto sobre uma experiência, um trabalho com fiz com os alunos sobre cultura material,no História Hoje  (se quiser conferir, clique aqui). Ao final do texto eu comentei sobre como a sala de aula e o trabalho na escola pode trazer muitas surpresas. Foi quando eu citei o caso da roupa de astronauta e prometi falar sobre o ocorrido em outro momento. Bem, o momento chegou antes do que eu havia planejado.

Lá por meados da década de 1990 eu lecionava para alunos do Ensino Médio. Estava em início de carreira e, geralmente, eu só conseguia pegar aulas de geografia. Trabalhei em duas escolas estaduais e fiquei dois anos no CEFET, que era uma escola Federal. Nessas três escolas que lecionei a partir de 1995 eu fazia uma espécia de feira cultural. 

Começou na Escola Estadual Professor José Freire, no Bairro Industrial, em Juiz de Fora.  Era uma coisa simples: as turmas eram divididas em equipes e cada equipe deveria montar uma mostrar sobre a cultura e a história de um determinado país.




Foi um verdadeiro exercício de criatividade. Os alunos deram seus pulos e até tendas do exército eles conseguiram para montar as barracas. Tinha de tudo, de roupas a comidas típicas. A participação era total. Todos os alunos e professores eram convidados. A avaliação dos trabalho era feita pelos professores e outros funcionários da escola. Eu não podia avaliar porque estava orientando todos eles, então, preferia não opinar, caso contrário daria nota máxima a todos.



A segunda experiência eu fiz na Escola Estadual Professor Botelho Reis. Se a memória não me falha, foi no ano de 1998. 



Ficou muito bom, foi divertido e até me lembro que reunimos na casa de uma aluno, algum tempo depois, para um jantar típico oriental, para comemorar o sucesso da feira. Foram alunos do turno noturno, gente muito animada e que fez coisas muito legais com muito pouco material. Eles foram supercriativos.




Minhas duas últimas experiências foram no CEFET, em 1999 e em 2000. Lá tivemos duas feiras.A primeira foi como as anteriores, a segunda envolveu os Estados Brasileiros. Foi lá, entre outras coisas, que apareceu a roupa de astronauta russo. 



Os meninos que ficaram responsáveis pela Rússia encontraram, não sei como, um colecionador de objetos da antiga União Soviética e emprestou parte do seu acervo. Entre os objetos, pasmem, uma réplica de uma roupa de astronauta. Infelizmente, não consegui achar uma foto dela. Na correria que foi a feira - ela durou um dia inteiro - eu devo ter deixado passar. Teve de tudo que vocês possam imaginar, até uma múmia de papel higiênico!





O que eu aprendi com essas experiências foi seguinte: não há nada que você proponha a seus alunos que eles não possam fazer. Por isso eu detesto quando ouço alguém dizendo que "não tem como trabalhar de forma diferente com os alunos", que "os alunos nunca aprendem nada" ou "nunca fazem nada". 

Claro, há casos e casos, mas a gente sempre consegue, com o tempo, encontrar uma forma de tirar deles coisas que nem eles imaginam que são capazes. A gente não pode ficar preso a generalizações. Também existe aquela coisinha chamada de bom senso: não posso exigir algo que seja materialmente e fisicamente impossível de ser realizado, dentro da realidade social e econômica na qual meus alunos e minha escola estão inseridos. 



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