quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

BALANÇO DE 2015: MAIS UM ANO CHEGANDO AO FIM!

Pois é, mais um ano terminando, uma nova jornada prestes a começar, porque 2016 está batendo na porta e, com certeza vai nos trazer muitas surpresas. Se vamos gosta, bem daí já é outro assunto. O ano de 2015 foi um ano difícil de definir. Veja bem, profissionalmente foi um ano bom para mim. Publiquei muito, recebi ótimos convites, terminei meu mestrado e participei de vários eventos importantes. Estou apostando em novas oportunidades profissionais, e tenho até algumas em vista.  

Na escola as coisas foram meio que equilibradas. Peguei turmas com um bom nível de aprendizagem, onde pude fazer um trabalho razoável, mas a carga horária apertada deste ano não me deixou tempo para desenvolver projetos com os alunos e isso me deixou um pouco frustrada. 

Por outro lado, também peguei turmas muitos fracas, com casos berrantes de analfabetismo funcional. Fiquei um pouco perdida porque confesso a vocês que nunca chegaram tantos alunos assim para mim. Já estou revendo minha estratégia de ensino para 2016. Penso em fazer um material à parte, menos denso, que permita uma aprendizagem significativa porque o livro didático que o governo oferece está muito além do que os alunos que estão chegando ao fundamental II conseguem acompanhar.

No geral, 2015 foi um ano tenso, creio que para todos os brasileiros. Confesso que assistir os telejornais já estava me deixando deprimida. Local ou nacional, a situação política do país foi uma das coisas que mais me aborreceu em 2015 e não tenho boas perspectiva para 2016. Também foi um ano de intolerância. Nunca vi tanto ódio direcionado a gays, mulheres e religiões. Foi assustador. Isso me preocupa muito. As pessoas estão mais violentas em suas palavras e, também, nas suas ações.

Voltando às coisas boas, agora para o lado pessoal, foram muitas novas amizades e reencontros com amigos muito queridos. Conheci pessoalmente Trina Robbins e, por intermédio dela, muitas outras cartunistas maravilhosas, com quem tenho mantido contato. Pude passar alguns dias com amigos queridos em Florianópolis, Rio de Janeiro e em São Paulo. Neste ponto, 2015 foi muito bom e espero repetir a dose em 2016.

Mas foi também o ano em que eu perdi minha avó Carmelinda. Acho que é a primeira vez que menciono isso. Ela está fazendo falta. Às vezes até esqueço que ela não está mais entre nós. Mas só temos duas certezas na vida: que nascemos e que vamos morrer, então, lamentar não adianta. Mas ficam as boas lembranças e estas são imensamente reconfortantes.

FELIZ ANO NOVO para todos! Quem 2016 venha com tudo e que a gente possa passar em cima dos obstáculos e fazer do ano novo um ano de grandes alegrias.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

HISTÓRIA: O PRAZER EM ENSINO E PESQUISA

Acabei de ler um livro que ganhei da estimada professora Marly Viana. O título, o mesmo da postagem, é "História: o prazer em ensino e pesquisa". O autor é o professor Marcos Antônio da Silva, Titular em Metodologia da História, Doutor e Mestre em História Social pela FFLCH/USP, São Paulo, SP, com Pós-Doutorado na Université de Paris III. O livro em questão foi originalmente publicado em 1995, e reeditado em 2003, pela Brasiliense. Tenho a 2º edição.

De imediato posso dizer que é um dos melhores e mais prazerosos livros que eu já li sobre o assunto. Ele trata não apenas da questão da pesquisa em história mas, também, da questão do patrimônio e da memória. Tudo didaticamente explicado em 102 páginas. Leitura fácil, rápida e muito frutífera. 

Gostei muito do capítulo que fala sobre patrimônio histórico e a forma como o autor aborda o papel da escola na produção dos saberes históricos. Um livro que me fez refletir sobre várias práticas e que, certamente, será uma das bases para futuros textos que pretendo escrever sobre patrimônio, memória e história local.

Recomendo a leitura, principalmente para alunos da graduação e para professores de História, que muitas vezes acabam ficando ilhados da produção acadêmica (longas jornadas, pouco tempo para ler, menos tempo ainda para se aperfeiçoar).

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

PROJETOS DE LEITURA FAZEM A DIFERENÇA

A formação de leitores deve ser encarada como uma prioridade nas escolas. Não sou professora de língua portuguesa, como os leitores do blog sabem, mas tenho meus projetos de leitura e reverencio os projetos de outros colegas. Acho, no entanto, que a escola, de uma forma geral, ainda não está priorizando a formação do leitor. 

Desde pequenas as crianças devem ser estimuladas na escola e em casa. Muitas vezes, ocorrida a alfabetização básica, tanto professores quando pais relaxam neste sentido. Se o aluno aprende a ler e escrever já é suficiente. Mas não é. A formação do leitor é um processo que envolve praticamente toda a vida escolar, da educação infantil à universidade.

As habilidades de leitura não são tão fáceis assim de serem dominadas. É preciso que se leia bem e que se escreva bem. Para isso é necessário um bom vocabulário, que vai se formando ao passar dos anos. Ler é entender não apenas o significado das palavras, mas a articulação entre elas. Palavras são usadas para traduzir a realidade e precisam ser decifradas. E é justamente aí que que está o problema: ler ajuda a pensar, se crianças e jovens leem pouco acabam não desenvolvendo sua capacidade de raciocínio.

Não raramente eu ouço jovens dizendo que quando começaram a gostar de ler passaram a ter mais facilidade no aprendizado escolar. Isto acontece porque eles começaram a ter um maior domínio da linguagem e a pensar sobre aquilo que leem.

E falando em projetos de leitura, gostaria de destacar um que eu gosto muito. O projeto é desenvolvido pela professora Ana Cristina Miranda Fajardo, que leciona Língua Portuguesa, na Escola Estadual Justiniano Fonseca, localizada em Tebas, pequeno distrito do município de Leopoldina (MG).

Incomodada com o  clichê “jovem não lê”, a professora deu início a um projeto de "Leitura na Biblioteca", que não demorou a dar frutos.  A cada quinzena as aulas de língua portuguesa acontecem na biblioteca. Durante duas horas os alunos tomam contato com os diversos livros que fazem parte do acervo. São apresentados a eles romances, livros de contos, crônicas, poemas, além de HQ’s e revistas diversas. Também recebem informações sobre onde fica cada livro ou revista. Podem manusear o que desejarem. Podem começar a ler e, caso não agradem da leitura, podem substituir. Nada é imposto; tudo é sugerido.

No final do período, escolhem um livro para levar para casa e permanecem com ele por duas semanas. As revistas não são levadas para casa, já que a leitura de seus textos é mais rápida, podendo acontecer na própria biblioteca. Também há inúmeros dicionários no ambiente de leitura, para que sejam consultados sempre que se fizer necessário.

Também é apresentado aos alunos o Diário de Leitura, que consiste na anotação, em casa, daquilo que leram. Nesse diário, eles anotam o título do livro, seu autor e a editora que publicou o livro. Quando se trata de livros de contos, crônicas ou poemas, além do título do livro, eles anotam o título do texto escolhido para análise; já quando escolhem uma coletânea, em vez de autor, eles usam a expressão “vários autores” e colocam o nome do autor junto ao título escolhido. É sugerido que leiam as coletâneas na íntegra e escolham aquele texto que mais chamou a atenção para que façam a análise.

Na análise, eles fazem um pequeno resumo sobre obra lida e, em seguida, dão a opinião sobre a leitura realizada. A entrega do Diário de Leitura é realizada ao final de cada bimestre, mas o aluno tem a liberdade de apresentá-lo ao professor sempre que sentir necessidade.

Como o objetivo do projeto é formar leitores autônomos, o professor também lê durante o período em que permanece na biblioteca, só interrompendo para auxiliar algum aluno ou esclarecer alguma dúvida.

Os resultados desta experiência não demoram a surgir e vieram não apenas no aumento do rendimento dos alunos na escola como, também, nas avaliações externas, como o  PROEB.  Resultado de um bom trabalho, da motivação dos alunos e do interesse da professora e do apoio da escola. Segundo relato da professora Ana Cristina, a biblioteca escolar oferece aos alunos os mais diversos título, inclusive obras lançadas recentemente. A escola adquire as obras a partir das sugestões dos próprios alunos e dos professores. 

Professora Ana Cristina Fajardo

* Alguns trechos do texto foram copilados do projeto original da autora, com sua devida autorização.

AS 10 POSTAGENS MAIS LIDAS DE 2015


Como tenho feito nos últimos anos, segue um balanço das publicações mais acessadas do blog BRASIL: HISTÓRIA e ensino. Em parte, uma brincadeira, em parte uma forma de saber o que as pessoas mais procuram no meu blog. Segue a relação, com alguns comentários:
  1. A postagem que teve o maior registro de acessos (409), foi sobre a abertura das inscrições par ao II Entre ASPAS (clique aqui para visitar a postagem), encontro de pesquisadores de arte sequencial que acontece em Leopoldina a cada dois anos. Ao que parece, o encontro chamou a atenção de um número relativamente grande de pessoas que se interessam pela pesquisa, principalmente sobre Histórias em Quadrinhos.
  2. Em segundo lugar veio a chamada para o encontro com a cartunista Trina Robbins, em São Paulo, que reuniu várias quadrinistas brasileiras, ávidas por conhecer esta pioneira na produção e pesquisa sobre quadrinhos nos Estados Unidos. Foram 305 visualizações (clique aqui para conferir a postagem).
  3. Em terceiro lugar, está a postagem que disponibiliza o texto da minha pesquisa inicial sobre a revista Ah Nana! (clique aqui para conferir), publicada na França, na década de 1970. Na postagem eu disponibilizo o texto que apresentei no encontro Nacional da ANPUH, ocorrido em Florianópolis (SC), com exatas 200 visualizações.
  4. Em quanto lugar está o balanço do encontro realizado na Gibiteca Henfil, com Trina Robbins (clique aqui para conferir a postagem), com um total de 172 visualizações.
  5. A quinta postagem mais visitada (167 visualizações) também é sobre Trina Robbins, uma entrevista que eu fiz com a autora, parte da minha dissertação de mestrado (confira aqui).
  6. Em sexto ficaram minhas impressões do XXVIII Simpósio Nacional de História, realizado na UFSC, em Florianópolis. A ANPUH, pra quem não conhece é a Associação de História, Sou associada desde 1994, se não me engano, mas frequento os encontros dede 1990. Foram 141 visualizações (clique aqui).
  7. Em sétimo lugar esta a chamada para o V Colóquio Nacional História Cultural e Sensibilidades, com 129 visualizações (confira aqui).
  8. Em oitavo lugar está minha nota sobre o falecimento da professora Maria Carolina Galzerani Bovério. Acho que foi a primeira vez que publiquei algo do tipo, como foi a primeira vez que tive que lamentar pela perda de uma professora e pesquisadora com quem infelizmente convivi pouco, mas  que teve uma grande importância em alguns momentos da minha vida (clique aqui para ler a postagem). Foram 117 visualizações.
  9. Em nono lugar ficou o balanço final do II Entre ASPAS, com 115 visualizações (clique aqui para conferir).
  10. Por fim, está o relato com as minhas impressões sobre a3ª Jornadas Internacionais de Quadrinhos da USP/ECA, que aconteceram em agosto. Foi minha primeira participação (clique aqui para conferir). Foram 104 visualizações.
2015 não foi um ano em que eu em tenha feito muitas postagens. Na verdade, até escrevi bastante, mas dividi minha produção com mais dois blogs, o que acadou diminuindo a frequência das minha publicações. Elas, também, foram mais direcionadas para meu trabalho com quadrinhos. Publiquei relativamente pouco sobre educação e História de Leopoldina.