segunda-feira, 19 de setembro de 2016

AS VIAGENS DE LOÏS - PORTUGAL


Em abril deste ano, quando foi a Portugal, ganhei do amigo Pedro Bouça um exemplar autografado de as Viagens de Loïs - Portugal, de autoria de Luís Differ e Jacques Martin. Foi um presente especial, por muitas razões. 

Primeiramente porque Jacques Martin é, de longe, um dos meus autores preferidos. Em segundo, porque o álbum é dedicado a Portugal e não apenas conta a História do país como, também a de seus principais monumentos, muitos deles eu conheci naquela ocasião. Finalmente, porque tenho uma queda por quadrinhos históricos. Os bons são resultado de pesquisa minuciosa e, invariavelmente, tornam-se um excelente recurso didático.

Mas é melhor esclarecer que não se trata de uma História em Quadrinhos, mas de um livro ilustrado baseado em uma série de HQs franco-belga chamada Les Voyages de Loïs. Esta série foi originalmente criada em 2003 por Jacques Martin, com ilustrações de Olivier Páscoa. Série, aliás, que eu não conhecia e que me despertou certa curiosidade. Ela é ambientada no século XVII, durante o reinado de Luiz XIII, pai  de Luiz XIV. Seu primeiro volume é dedicado a Versalhes.


Confesso que o autor Luís Differ era desconhecido para mim. Conheço poucos autores portugueses. Ele é quadrinista, arquiteto e professor de artes. Já Jacques Martin é um dos mais renomados autores de quadrinhos franco-belga, falecido em 2010. Martin deixou uma vasta produção, da qual falarei em outra ocasião.

Como outros álbuns históricos produzidos por Jacques Martin, Portugal possui ilustrações magníficas. Tenho, inclusive, um exemplar similar, das Viagens de Alix (em francês) que mostra a marinha antiga, também muito bonito (este feito em colaboração com Marc Henniquiau). Misturando textos históricos e ilustrações o livro Portugal nos apresenta a História de Portugal contada, também, a partir da sua arquitetura.

Lisboa e Porto são duas referências para o autor, que remonta aos tempos das grandes navegações e descobertas portuguesas, época do esplendor do reino lusitano.  Para quem conhece Lisboa, por exemplo, pode-se nitidamente identificar bairros, praças e construções que ainda existem. Ao mesmo tempo a obra nos traz detalhes e histórias de construções que desapareceram, vitimados por incêndios ou terremotos. Acho que não é exagero dizer que trata-se de material muito bom para trabalhar educação patrimonial. Eu, pelo menos, trabalharia, caso lecionasse em Portugal.


Igrejas, palácios, o grande aqueduto que corta Lisboa. Tudo desenhado com uma riqueza de detalhes que nos permite viajar no tempo. Eu queria ter lido o livro quando estava em Portugal. Mas a correria de uma viagem de turismo muitas vezes nos impõe horários apertados e nem sempre sobra tempo para algo simples como ler um livro, por exemplo. Se o tivesse feito, certamente iria observar com um olhar mais criterioso o espaço urbano lisboeta.

Lamentações a parte. Foi um dos melhores presentes que ganhei este ano. Aliás, não posso reclamar de 2016. Quem acompanha minhas postagens já deve ter visto que fui presenteada várias vezes, com quadrinhos estrangeiros, raridades, quadrinhos nacionais. Quase não estou dando conta de falar um pouco de cada um deles. Mas, por favor, isso não quer dizer que não quero continuar ganhando. Todos certamente terão espaço, nas minhas prateleiras e nos meus blogs.



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