sexta-feira, 23 de março de 2018

PALESTRANDO NA ÖREBRO KONSTSKOLA

Örebro Konstskola localiza-se no antigo regimento militar de Örebro (Royal Houshold Grenadiers)e dela faz parte um conjunto de prédios, sendo este o principal, onde fica o a administração, além de ateliês utilizados pelos alunos.
Em abril 2016 eu tive minha primeira experiência falando para um público estrangeiro, na Bedeteca de Amadora, em Portugal. Foi até bem tranquilo, afinal falar em português não é um grande problema, embora eu sempre fique nervosa quando estou diante de um público desconhecido.  Comigo varia de dia para dia. Às vezes a fala sai naturalmente, às vezes eu dou umas engasgadas. 

Mas falar em outro idioma, em uma instituição estrangeira? Não era exatamente algo que eu pretendesse fazer um dia. Mas foi o que aconteceu. Fui convidada para falar sobre quadrinhos no Brasil para uma turma de alunos e professores da  Örebro Konstskola (Örebro Art College), na Suécia. A Örebro Konstskola é a mais antiga escola de artes de Örebro e muito prestigiada como escola preparatória para  a Royal Art Academy of Sweden. 

Prédio onde eu fiz minha palestra. 

Na Suécia os quadrinhos conquistaram um status significativo nas últimas décadas. Além de escolas conceituadas como a Escola de Quadrinhos de Malmö, alguns institutos de arte e universidades possuem a disciplina em seu currículo. Os quadrinhos lá são respeitados e tratados como uma manifestação artística legítima. 

O convite partiu do diretor Peter Ekström, a partir de conversas com o meu amigo Thomas Karlsson. Peter Ekström,  é um artista e jornalista sueco e além de diretor da Örebro Konstskola é, também, editor da revista eletrônica Kulturdeldelen. Aliás, Ekström foi muito amável comigo, e até me presenteou com algumas amostras do seu trabalho. Muito gentil, assim como os outros professores com quem conversei, rapidamente. 

Confesso que, no início, eu achei que iria falar por uns 20 minutos para uma turma de alunos, possivelmente adolescentes, de uma escola técnica. Culpa minha, não entrei em muitos detalhes. Qual foi a minha surpresa quando percebi que o público seria diferente e que não seriam apenas 20 minutos.

E falei em inglês! O tempo todo! Aliás, sob pressão eu encontrei vocabulário onde eu nem sabia que existia. Minha professora de inglês, Lindsey, teria ficado orgulhosa de mim. Até arrisquei conversar com algumas alunas, depois da palestra. Uma delas me mostrou seus quadrinhos, cômicos e conversamos por um bom tempo sobre eles. 
Arte exposta na entrada do prédio
principal Escola de Arte.

Uma coisa que achei super interessante é que havia na sala alunos com deficiência auditiva e, para eles, havia duas intérpretes em libras, que iam se revesando. Um exemplo de inclusão que eu nunca havia presenciado pessoalmente. Achei fantástico. 

Para a minha  surpresa eu acabei descobrindo, muito tempo depois, que a minha apresentação foi meio que uma "aula inaugural" (não consegui encontrar outro termo) para a recém-formada Comic Art School de Örebro, que deve começar a funcionar a partir do próximo outono sueco. Olha a responsabilidade! 

Mas apesar do sufoco, foi uma experiência extraordinária, que eu até gostaria de repetir, mas com um inglês um pouco mais treinado, claro!

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